O jornal Brasil Econômico traz na primeira página entrevista com o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, na qual sentencia que, com o carnaval em março e Copa do Mundo, o ano vai passar muito rápido e a campanha eleitoral “será curta”. “Antes da final, ninguém vai falar de política, com exceção da imprensa”.
Para Montenegro a economia vai, mais uma vez, ser determinante para o resultado das eleições presidenciais. De acordo com o jornal, “com base nas pesquisas de opinião, ele destaca que o nível de satisfação do brasileiro, hoje, é de 80%, porque para a maioria da população o que importa não são siglas como Copom, Selic e PIB, mas, sim, a economia doméstica. “O brasileiro quer saber é se a prestação vai caber no seu orçamento”. Montenegro “admite o favoritismo de Dilma Rousseff”, mas ressalva que “ainda tem muita água para passar por baixo da ponte”.
Ele acha que a oposição vai ganhar espaço quando a campanha começar, mas ressalva: “A oposição precisa fazer com que o eleitor se interesse pelo seu programa, pelo seu candidato. O voto contra é muito para baixo”.
Sobre os 66% dos entrevistados que nas pesquisas mais recentes disserem querer mudanças , Montenegro afirma que “parece um pouco contraditório” quando se tem 80% de nível de satisfação. “(…) Na verdade, os que querem uma mudança drástica estão na casa dos 20%. Essa parcela, possivelmente, já está votando em candidatos da oposição. O que precisamos investigar é os outros 46%”.
Para o pesquisador, as manifestações de junho “não tiveram impacto” na cabeça do eleitor. “A única manifestação que teve peso foi uma no Rio de Janeiro que reuniu 300 mil pessoas. Nesse sentido, é preciso ter cuidado com as redes sociais”. Na sua visão, com a escalada da violência dos Black Blocks , a classe média, que estava indo às ruas, começou a recuar, com medo.