Veja carta publicada nesta terça-feira pelo jornal O Popular:
Centro
Enquanto o POPULAR abrir este importante espaço para seus leitores e cidadãos, não deixaremos de denunciar e protestar, mesmo que repetidas vezes, o abandono do Centro de Goiânia. Diversos moradores têm tentado chamar a atenção das sucessivas administrações municipais para que alguma medida concreta de revitalização seja efetivada, mas nunca obtivemos sequer uma nota ou resposta da Prefeitura.
A Goiânia “sustentável” propagada pelo prefeito Paulo Garcia não tem chegado ao centro da cidade, que é hoje o retrato do total caos urbano quanto aos aspectos de mobilidade, limpeza pública e ausência de fiscalização sanitária, de trânsito e de posturas. Está tomado de lixo e entulhos pelas calçadas, agravados pela coleta deficitária. Está tomado pela escuridão diante de uma quantidade infinita de postes de iluminação pública com lâmpadas queimadas, com a invasão das calçadas por camelôs e por produtos expostos por comerciantes sem qualquer senso de urbanidade e cidadania. As avenidas Anhanguera e Paranaíba retratam bem esse caos.
As fachadas dos prédios históricos continuam tomadas por placas de publicidade de toda ordem, longe do proposto no Projeto Cara Limpa, que nunca foi efetivado. A Praça Cívica, centro do poder estadual, está às escuras, tornando-se ponto de consumo e venda de drogas. As ruas, avenidas e praças estão tomadas por flanelinhas e lavadores de carros. O espaço público tornou-se privado.
Diante desse cenário, qual resposta a Prefeitura tem para estas demandas e problemas denunciados por moradores e pela imprensa? Nenhuma. Qual o incentivo tributário dado aos comerciantes e moradores do centro? Nenhum. O que se propôs foi um aumento abusivo no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Para auxiliarmos a administração municipal, sugerimos a efetivação do Projeto Cara Limpa, com a retirada das placas, banners, outdoors ou qualquer espécie de publicidade que afronte os prédios históricos, devolvendo a identidade da capital e diminuindo a poluição visual; ampliação da Área Azul para ruas e avenidas comerciais, inibindo assim a ação de flanelinhas e aumentando a rotatividade das vagas na vias públicas, assim como no Setor Campinas; revisão geral da iluminação pública; revitalização de todas as praças da região no padrão das revitalizadas no Setor Oeste; fiscalização intensiva contra a atuação de comerciantes que ocupam indevidamente o passeio público; padronização e diminuição do número de bancas nas calçadas; notificação de comerciantes e condomínios para instalação de lixeiras adequadas, evitando assim a sujeira antes da coleta, agravada ainda mais pela atuação de catadores de lixo e moradores de rua; organização e fiscalização do Mercado Aberto, inibindo o bloqueio das pistas de rolamento e das calçadas por carrinhos de camelôs e, por último, a conclusão do recapeamento.
Nós moradores desafiamos a Prefeitura quanto à implantação das medidas aqui propostas, ou ao menos a responder em uma nota de esclarecimento.
Bruna Coelho Soares