quarta-feira , 20 novembro 2024
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Jornal Opção: especialistas preveem dificuldades para governistas na eleição deste ano

Veja matéria do Jornal Opção:

Especialistas preveem dificuldades para governistas

Renovar-se e também buscar uma nova roupagem são alguns dos desafios que os especialistas acreditam que o governador Marconi Perillo terá pela frente na campanha eleitoral de outubro. Eles apostam que a base aliada terá dificuldades para achar um mote que consiga ‘fisgar’ o eleitor. Há, contudo, caminhos.
O cientista político, professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC- GO), Wilson Ferreira, ressalta que para uma nova candidatura Marconi precisará de reciclagem nas ideias e construir uma nova roupagem para a sua campanha. Para ele, a forma de fazer política, em que as figuras não se mostram – não se posicionam claramente sobre suas ideias – não terá vez em 2014. Principalmente após as manifestações que tomaram as ruas de todo Brasil em junho de 2013.
Para ele, Marconi precisa se reciclar. “Goiás precisa de um novo marco, de um político como surgiu o Marconi em 1998. Hoje, o que dificulta uma atuação de Marconi parecida a daquele tempo são as amarras políticas. Ao contrário daquela década, hoje o governador tem uma base aliada com 14 partidos e qualquer atuação mais extrema exige negociação. Não basta somente vontade política”, mostra.
Mas se reinventar e buscar um novo mote para Marconi Perillo pedir votos para um quarto mandato não será fácil. A avaliação é do marketólogo e diretor geral do Instituto Verus, Luiz Felipe Gabriel Gomes. Ele pontua que o grande desafio de uma campanha tucana é justamente encontrar um ‘slogan’ que gere expectativas em torno de uma nova gestão. “Não é uma tarefa das mais fáceis, até pela longevidade que Marconi está governo. Encontrar novos diferenciais, apelos que possam seduzir o eleitorado mais uma vez é um desafio”, sublinha.
Eleger uma área que dê destaque ao trabalho do tucano, como ocorreu em governos anteriores, não será fácil. Segundo Luiz Felipe, essa escolha é decisão de gestão, mas ele não vê onde Perillo possa mais atuar de forma que esse trabalho se reverta em resultados eleitorais imediatos. Cita desafios na saúde, segurança pública e até mesmo infraestrutura, mas que são problemas que precisam ser enfrentados com visão de longo prazo. “Não adianta uma ação de marketing para falar que algum desses problemas estruturais foi resolvido em um passe de mágica”, sublinha o diretor.

Motes passados
Marconi Perillo chegou ao governo do Estado após vencer o então senador Iris Rezende (PMDB) em 1998. Com o mote do “tempo novo” na política e no governo e com o discurso duro contra o tempo em que os adversários estavam no poder – na época o PMDB estava completando 16 anos de governo, assim como a base marconista este ano -, o tucano se apresentou como o novo. A idade o ajudou, já que tinha 35 anos à época.
Outro mote foi o de acabar com a “panelinha no poder”, expressão criada para criticar o revezamento de lideranças peemedebistas na candidatura dos principais cargos públicos. Se tornou, à época, o governador mais jovem do Brasil. Eleito, criou programas sociais que lhe deu popularidade em seu primeiro mandato, como o Renda Cidadã, Bolsa Universitária e o Cheque Moradia. Em 2002, foi reeleito com o projeto de continuação da gestão.
Em 2010, Marconi foi eleito para um terceiro mandato se apegando em marcas dos governos anteriores, como os programas sociais, o crescimento econômico do Estado e o bom relacionamento com o servidor público. Mas após assumir o Executivo enfrentou desgastes com a categoria, principalmente por questões salariais. Também teve sua imagem arranhada em virtude do envolvimento do seu nome no Caso Cachoeira.
A prioridade do terceiro mandato, porém, foram os investimentos em infraestrutura, principalmente as obras rodoviárias. Ou seja, passou a investir na área que é marca registrada de Iris Rezende (PMDB). Em 2014, porém, terá mais um grande desgaste para driblar – a federalização da Celg. Na semana passada, o governo estadual fechou o negócio com a Eletrobrás, mas as condições do acordo foram aquém daquilo que o Estado esperava.

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