No manifesto que entregou nesta quarta-feira ao diretório estadual do PMDB, pedindo a nulidade da pré-candidatura do bilionário Júnior Friboi, um grupo de peemedebistas afirma que Iris Rezende pode, sim, ser o candidato do partido nas próximas eleições. “Iris não fugiu nem na ditadura, por que fugiria quando ele aparece como um nome aceito pelo eleitor?”, justificou um dos presentes na reunião – segundo nota no Jornal Opção online.
Agora, leitor, responde essa: você já ouviu, alguma vez na vida, alguma notícia ou recebeu alguma informação ou leu em algum lugar que Iris foi à luta contra a ditadura militar?
Claro que não. Iris nunca tomou nenhuma atitude contra os militares. Ao contrário: quando ele foi cassado como prefeito de Goiânia, desdobrava-se na tentativa de fazer média com os generais, dando o nome de militares para logradouros públicos em Goiânia, entre eles a Praça Tamandaré (mas houve muito mais).
Mesmo cassado, Iris jamais levantou a voz contra os militares. E não fugiu porque não precisava, já que, fora a cassação, não foi perseguido nem alvo de nenhuma preocupação especial. Tanto que, como fazendeiro, recebeu generosos financiamentos do Banco do Brasil e teve tempo, segundo ele mesmo, para advogar e acumular a imensa fortuna que tem hoje – que justifica candidamente como produto de herança e dos honorários que recebeu como causídico.
É piada e deboche apresentar Iris como alguém que enfrentou o regime militar. É, inclusive, um desrespeito aos que verdadeiramente enfrentaram esse desafio, muitos pagando com a vida. E é mais imprópria ainda a comparação com as próximas eleições (“se Iris não fugiu nem na ditadura, porque fugiria de ser candidato agora”?).
Uma ditadura mata, eleições, não.