sexta-feira , 19 julho 2024
Goiânia

Articulista do Diário da Manhã analisa eleição do Sintego e diz que Mauro Rubem é “oportunista” e faz “politicagem”

Veja artigo de Cleverland Antônio do Vale, publicado no Diário da Manhã:

Oportunismo de Mauro Rubem

Diário da Manhã
Cleverlan Antônio do Vale

Lendo o artigo do deputado estadual – “A luta contra o governo que retira direito dos professores tem que continuar”-, publicado na coluna OpiniãoPública, página 3, do Diário da Manhã do último dia 21, é evidente a politicagem do parlamentar petista.

Mauro Rubem defende a Chapa 1 do Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Goiás (Sintego), que teve sua eleição suspensa por determinação do juiz Regional do Trabalho, dr. Eduardo da Silva Paraguassu, por ação impetrada por uma outra chapa, que se sentiu lesada nas eleições que ocorreriam nos dias 21 e 22 do corrente mês.

Veria legitimidade na defesa de Mauro Rubem, se o mesmo, também tivesse apoiado os professores do município de Goiânia que, em outubro de 2013, ocuparam o Plenário da Câmara Municipal. Na época, rechaçaram a emenda do projeto de Auxílio Locomoção para a categoria; fim do parcelamento da data-base; e, também, melhores condições de trabalho.

Uma reportagem do Jornal Nacional, em 8 de outubro de 2013, demonstrou que o deputado petista foi hostilizado e expulso do plenário da Câmara Municipal de Goiânia, quando tentou conversar com os grevistas. Depois disso, fez um jogo de cena com o prefeito Paulo Garcia – e só!

Temos visto, ao longo dos anos, muitos acusarem o Sintego de pelego do Partido dos Trabalhadores (PT). Vejo, nesse importante Sindicato, o meio necessário para uma boa sintonia entre os governos, mas ser subserviente a alguns políticos é lamentável. Não quero generalizar essa submissão a todos os dirigentes e filiados do Sindicato, pois nele existem muitos que defendem a causa com muita dedicação e competência. Para saber de quem falo, basta ver os que se aproveitaram do mesmo para cargos políticos após suas gestões.

O governo do Estado nunca se negou a falar com qualquer categoria, desde que as mesmas sigam os princípios legais, acatem as determinações judiciais e tenham bom senso e seriedade nas negociações. Isto sempre foi e será uma ação do governador.

O deputado Mauro Rubem insiste em temas que foram exaustivamente discutidos. Quer atribuir uma atitude ao governador que recai a ele próprio, quando se negou a apoiar os trabalhadores da educação do município de Goiânia, no momento que estes mais precisaram dele.

O governo de Goiás sempre proporcionou a melhoria da educação. Podemos citar: Estruturação do Plano de Carreira dos Professores – Lei

13.909/2001. Proformação e Proinfantil, com curso de magistério para os professores leigos. Em 1999, apenas 32% dos professores da rede estadual tinham curso superior, e a Licenciatura Plena Parcelada, oferecida pela UEG, proporcionou a milhares de professores o curso universitário. Licenças para mestrandos. Especialização em Gestão Pública para todos os diretores das 1.114 Unidades Escolares da rede.

No Pacto Pela Educação, as 25 (vinte e cinco) metas estão sendo cumpridas e destacamos: a adoção e cumprimento do Piso Nacional dos Professores; a reforma de mil escolas, sendo que dezenas foram construídas ou estão em construção; criação do Prêmio Reconhecer, que incentivou a assiduidade dos professores (não da forma que o deputado entende); do Prêmio Aluno e do Prêmio Escola, e destacou o sucesso na melhoria da posição ocupada por Goiás, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011, quando, no ensino fundamental, passou do 8º para o 5º lugar nacional, e no ensino médio cresceu do 16º para 5º lugar.

Quando vejo o deputado falando em “numerozinho” e “provazinhas” para melhorar (o Ideb), percebo o quanto ele é desinformado. Estas avaliações, senhor Mauro Rubem, são feitas no Censo Escolar, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que serve de referência para as metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do Ministério da Educação.

Mauro Rubem, em seu artigo, denigre nossos professores, quando afirma que nas escolas necessitam ter uma equipe que dê conta do trabalho com formação. O que temos hoje, senhor deputado, são profissionais que se esforçam muito, e cujo trabalho e reconhecimento evidencia o Estado de Goiás. Não teríamos tanto destaque, sem o engajamento, preparo e capacidade de nossos educadores.

Fui professor e sei o quanto é árduo o trabalho de educar. Sou aluno, e sei reconhecer a dedicação de meus mestres. E, ao observar discursos e artigos oportunistas, causam-me asco, diante da tentativa de se fazer política partidarista em um Sindicato que necessita mais que as cores de uma bandeira, mas um apoio contínuo e total, e não parcial, como age o deputado.

Sou consciente que muito ainda há a se fazer pela Educação. Que o diálogo por melhorias com os governos deve ser rotineiro. Que exista uma representatividade sindical apartidária, que repudie políticos que a beiram com interesses pessoais, principalmente, em véspera de eleições.

Acredito na educação. Aplaudo os professores. Reconheço os seus esforços e dedicações. E, torço muito pelo sucesso e fortalecimento desta classe, que sempre foi e será agente de transformação.

(Cleverlan Antônio do Vale, administrador, gestor público, pós-graduado em Políticas Públicas e Docência Universitária, doutorando em economia – cleverlanvale@gmail.com)

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