Num ato de irresponsabilidade quase surreal, o prefeito Paulo Garcia (PT) atribuiu ao governo do Estado a responsabilidade por superdimensionar a crise da prefeitura, que segundo ele é só financeira. Paulo diz que os partidos da base governista querem criar uma crise “institucional”.
Paulo não desce do palanque. Insatisfeito com a vitória na disputa pela prefeitura, ele continua a mirar, desde o primeiro dia de mandato, na administração do governador Marconi Perillo (PSDB). O projeto dele é se tornar a antítese de Marconi e quem sabe, um dia, reunir em torno de si toda a oposição ao tucano.
O problema é que, ao partidarizar todos os debates que envolvem a prefeitura, Paulo sacrifica a população de Goiânia. Ele devia saber que passou da hora de desarmar o palanque e aceitar as parcerias que o governo tem oferecido a ele com insistência pelo bem da Capital.
Como pode ser culpa do governo a imundície que tomou conta da cidade, desde que a coleta de lixo parou de ser feita com regularidade?
Como pode ser culpa do governo a decisão dele próprio, Paulo, de não cumprir o cronograma de benefícios salariais acordados com os professores em outubro do ano passado?
Como pode ser culpa do governo o fato de os servidores não receberem a data-base salarial?
Como pode ser culpa do governo os numerosos casos de corrupção na prefeitura, a começar pela Comurg e passando pelo Mutirama?
É culpa do governo o fato de haver marajás na Comurg, com supersalários de até R$ 57 mil?
A crise é institucional sim, porque além de dinheiro faltam também caráter, responsabilidade e competência.