Em um belo artigo no caderno de variedades do Diário da Manhã, a escritora e professora goiana Lena Castelo Branco, uma das intelectuais de maior bagagem cultural e acadêmica do Estado, analisa o episódio dos “xingamentos” dirigidos à presidenta Dilma Rousseff no Itaquerão, durante o jogo de abertura da Copa do Mundo.
“Ninguém ignora que o uso de palavrões é corriqueiro entre os membros da atual elite político-sindicalista”, lembra Lena, citando o exemplo do próprio ex-presidente Lula: “O vocabulário de Lula inclui, em vários momentos, palavras de baixo calão”. A escritora e professora acrescenta também que “o mau exemplo vem de cima: quem não ouviu falar do clima de mau humor e intriga que domina a corte dilmista?, pergunta, respondendo ela mesma:
“Desde os tempos em que D. Dilma era ministra da Casa Civil, tanto a mídia quanto os comentários em off informavam que, sendo uma chefe durona, ela confundia eficiência com grosseria. Imagens documentam momentos públicos de agressividade, havendo até foto em que Sua Excelência aparece em público com o dedo em riste e e fisionomia fechada”.
Lena Castello Branco conclui que “é hipocrisia e calculada a indignação que permeia as redes sociais e parte da mídia” com as vaias e xingamentos dirigidos a Dilma no Itaquerão. De resto, ela lembra que o comportamento da presidente, no estádio, não foi correto: “D.Dilma ficou lá atrás, meio escondida, quando o correto seria que se dirigisse ao público para saudá-lo, como anfitriã da festa”.