sábado , 4 maio 2024
GoiâniaOpinião

Em artigo indecente e oportunista em O Popular, Paulo Garcia desrespeita a memória de Niso Prego, que ele chama de “Nilson”

A memória do professor Niso Prego, um dos primeiros dirigentes sindicais dos professores goianos, falecido há poucos dias, que comandou as primeiras greves da categoria em Goiás no curso da redemocratização do país, foi pisoteada pelo prefeito Paulo Garcia (PT) em um artigo publicado em O Popular que pode ser classificado de, no mínimo, indecente e oportunista (com o objetivo de passar uma imagemgeral de “bonzinho” com as lutas dos educadores).

Para começo de conversa, Paulo Garcia – ou quem escreveu o artigo para ele assinar – grafa o nome de Niso Prego como “Nilson Prego”, o que é sintoma subjetivo do desprezo e do desinteresse pela figura de Niso.

Depois, o prefeito se estende em considerações supostamente elogiosas a Niso Prego, lembrando que ele “deixa lições permanecem no imensurável legado de ética, luta e esperança que ele imprimiu à educação e à cultura de Goiás”.

Ora, Niso se tornou conhecido, em Goiás, como líder dos professores e como comandante das primeiras greves da categoria no Estado, já no processo de redemocratização do país. O que o falecido líder sempre buscou foi o reconhecimento dos direitos dos educadores, exatamente o que Paulo Garcia, como prefeito de Goiânia, nega aos professores municipais – recusando-se inclusive a cumprir o acordo que ele mesmo celebrou com os profissionais de Educação da Prefeitura de Goiânia para finalizar a greve do ano passado.

O artigo é oportunista e indecente, na medida em que os professores da prefeitura estão neste momento em greve, que já dura três semanas. Paulo Garcia se recusa a abrir negociações, nunca conversou com os grevistas e descarta liminarmente o atendimento de qualquer reivindicação. Tudo o que diz sobre Niso Prego, no artigo, o prefeito contraria na prática.

Imagine só, leitor amigo, o que Niso Prego – ou “Nílson”, como escreve o prefeito – diria se pudesse ter tido a chance de conferir o tratamento que o prefeito dá aos professores da rede municipal (ele estava incapacitado, antes de morrer)? E se pudesse ter lido o artigo supostamente produzido para “homenagear” a sua memória, assinado por alguém que contraria tudo o que Niso Prego defendeu ao longo da sua vida?

Uma vergonha.

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