Editorial da Rede Clube de Comunicação (ex-Rádio 730) diz que o lado bom das excursões dos políticos é que a cidade percebe que eles não fazem a menor falta por aqui. “Aliás, o clima até melhora, o ar fica mais respirável. A parte ruim é saber que vão voltar”.
A emissora se refere às viagens dos governantes goianos ao Exterior.
Veja o editorial:
Políticos querem Goiânia para mandar, não para conviver com os sofridos moradores que os sustentam
A cidade sofre com a síndrome de rejeição e o fato é que nem recebendo os políticos ficam por aqui. Dia sim, outro também, a turma viaja de mala e cuia. Cuia não se sabe se tem muita, não, mas mala tem demais.
O presidente da Assembleia, Helder Valin, acabou de chegar por uma volta ao mundo, bancada com dinheiro público. Mal se acomodou e levantou voo novamente. Foi pela enésima vez para os Estados Unidos.
O prefeito Paulo Garcia é outro que não para por aqui. Paulo administra de dentro de avião. Vai para São Paulo e Distrito Federal com a frequência que deveria visitar a Região Noroeste de Goiânia. Paulo desembarca num dia e no outro já está no check in. Chegou anteontem de um giro pela América Central, ontem foi para Brasília e hoje já está no Rio de Janeiro.
O governador Marconi Perillo e a cúpula da Segurança Pública estão na Colômbia. O mundo caindo na cabeça dos moradores de rua, as polícias trocando socos e seus chefes gozando a vida bem longe dos abacaxis.
Os políticos querem Goiânia somente como central de seus mandos, mas rejeitam ficar um mês seguido na cidade. Têm ojeriza a conviver com os sofridos moradores que os sustentam.
Não se sabe o que Goiânia fez para ser tão odiada pelos políticos. A cidade serve para os eleger, mas eles não toleram ficar na cidade. Deve ser o trânsito, talvez sejam os assaltos, ou qualquer outro problema que eles mesmos criaram.
O lado bom das excursões dos políticos é que a cidade percebe que eles não fazem a menor falta por aqui. Aliás, o clima até melhora, o ar fica mais respirável. A parte ruim é saber que vão voltar.