A rua 44 é um dos pólos de venda de roupas e tecidos mais importantes de Goiânia, mas nunca recebeu a atenção que merece da prefeitura.
Ambulantes e lojistas disputam clientes na unha. No geral, quem vence a briga são os ambulantes, já que eles não pagam impostos e podem oferecer produtos a um preço menor.
O prefeito Paulo Garcia (PT) resolveu intermediar a guerra, mas tomou o lado errado. O entreposto dele, secretário de Trabalho, Indústria e Comércio, Giovanny Bueno, arbitrou em favor da informalidade, do jeitinho, enfim: de todos aqueles que usam a calçada (espaço de circulação de pedestres!) para roubar a clientela dos lojistas (que pagam IPTU e todas as outras milhares de taxas que a administração cobra).
“O setor (Norte Ferroviário) corre o risco de se tornar um grande camelódromo”, diz reportagem do jornal O Popular desta terça-feira. “São cerca de 2,5 mil ambulantes que vendem principalmente o que no mundo do vestuário se convencionou chamar de modinha. Impedidos de montar as bancas nas calçadas pelos seguranças das lojas, eles se instalam na rua, ao lado do próprio carro, cujo porta-malas também se transforma em uma banca de exposição. Estão ali todos os dias e disputam cliente com os mais de 1,4 mil lojistas da região”.
Nessa verdadeira Faixa de Gaza, quem perde a guerra geralmente é o lojista, porque ele não consegue oferecer seus produtos a um preço tão competitivo quanto o ambulante (que, reafirmamos, não paga imposto nenhum).
Os problemas não param por aí. O jornal O Popular registra que nem os camelôs, que deveriam estar soltando fogos de artifício, estão felizes com a situação. É que os critérios para seleção dos ambulantes que vão ter direito de participar das feiras são bastante nebulosos.
Isso é a sustentabilidade do prefeito Paulo Garcia (PT). Parabéns.