Os vereadores da Capital acostumaram-se a enfrentar protestos raivosos vindos das galerias da Câmara Municipal em sessões destinadas a votar projetos polêmicos. Quando votaram contra a abertura do pedido de impeachment do prefeito Paulo Garcia (PT), por exemplo, viram descer no plenário servidores públicos que ocuparam o espaço, forçaram o encerramento da sessão e ali mesmo declararam greve. Também houve gritaria há menos de um mês, quando aprovaram o reajuste nas alíquotas do IPTU.
Na quarta-feira, a Câmara deve ser palco outra vez de momentos de tensão, quando o aumento de 60% no IPTU finalmente será apreciado. A diferença agora é que existem paredes de vidro a separar as galerias do plenário, instaladas por ordem do presidente da Casa, Clécio Alves (PMDB).
Os vereadores estão com pé atrás porque sabem que se aprovarem o aumento, como quer Paulo Garcia, sofrerão ataques pesados da população – dentro ou fora da Câmara. Mas admitem que a blindagem erguida pelo presidente os anima um pouco a votar conforme a vontade do chefe.