sexta-feira , 20 dezembro 2024
Goiânia

Pai de Samuel Belchior, fantasma da Assembleia, é exonerado pelo Estado

Médico efetivo da Secretaria da Saúde, à disposição da Assembleia Legislativa, onde nunca apareceu para trabalhar, o médico Lauro Belchior – pai do deputado Samuel Belchior, presidente do diretório estadual do PMDB – foi exonerado do cargo por decreto do governador Marconi Perillo.

A exoneração é o desfecho de um processo administrativo, que apontou acumulação ilegal de cargos – Lauro era médico da Saúde e tenente-coronel da Polícia Militar.

A notícia foi dada em primeira mão pela jornalista Fabiana Pulcineli, em seu blog no portal de O Popular.

Leia o texto completo:

Estado exonera pai de presidente do PMDB

O governo estadual exonerou o médico Lauro Belchior, pai do deputado estadual e presidente do PMDB regional, Samuel Belchior (PMDB), e ex-auxiliar da Prefeitura de Goiânia, acusado de acúmulo ilegal de cargos. A decisão do processo administrativo foi publicada hoje no Diário Oficial do Estado.

Lauro recebe dois salários do Estado, de médico (R$ 3.972,64) e de tenente-coronel aposentado (R$ 14.027,52). Ele afirma que prestou concurso para a Polícia Militar em 1989, para o cargo de médico, quando já trabalhava na Osego (hoje Secretaria da Saúde) há dez anos. “Toda vida ocupei os dois cargos e agora resolveram questionar. São essas leis bagunçadas, sem pé nem cabeça”, disse.

Médicos podem ter mais de um cargo no Estado e segundo ele, as duas funções são de 20 horas semanais, o que permitiria o acúmulo. No entanto, no processo consta que ele seria considerado militar e não médico no cargo na PM.

No decreto assinado pelo governador Marconi Perillo (PSDB), Lauro perde o cargo efetivo de médico da Secretaria da Saúde. De acordo com informações da pasta, ele estava à disposição da Assembleia Legislativa. Até janeiro, ele também era presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Goiânia (IPSM).

Lauro afirma que não sabia da decisão de exoneração e consultará advogados. Ele diz que não considera correta a demissão num momento em que está licenciado do cargo por tratamento médico de nódulo hepático. “Sou a favor da legalidade. Se estão dizendo que não pode, vou avaliar. Só acho que é preciso analisar o que será feito dos anos de recolhimento da previdência no meu pagamento na Osego e se é correto exonerar durante licença médica, concedida pela própria Junta Médica do Estado”, afirma.

Ele diz estar licenciado há cinco meses para o tratamento. No entanto, continuou trabalhando na Prefeitura. “É porque eu não precisa ficar no horário todo”, justifica.

O primeiro processo administrativo é de abril de 2010, depois que o Estado anunciou uma auditoria na folha. Há um segundo documento aberto em outubro do ano passado, solicitando o encaminhamento do processo.

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