Ao atacar o jornalista Cristiano Silva pelo “crime” de ter escrito um livro sobre um caso de corrupção envolvendo o então prefeito de Catalão, Adib Elias, do PMDB, o também jornalista Filemon Pereira, da Tribuna do Planalto, estava apenas recuperando um dado importante da sua biografia: a de conspirador contra a liberdade de imprensa.
Filemon Pereira, que recentemente assumiu sua posição política contra o governador Marconi, já foi assessor de Iris Rezende e nessa condição fez parte de um dos capítulos negros da imprensa goiana: o caso da censura ao jornalista Paulo Beringhs, em 2010.
Naquele ano, corria a campanha ao governo estadual e Filemon era assessor de imprensa de Iris Rezende. Ele enviou um email à produção do programa de Beringhs em que dizia abrir mão da entrevista do então candidato Iris.
O jornalista fez uma média e elogiou a iniciativa de Paulo Bringhs em promover entrevistas com todos os candidatos. No entanto, o grupo peemedebista do qual Filemon fazia parte e a turma que mandava na Agecom na época – liderada por Marcus Vinicius – quiseram impedir a participação do candidato Marconi Perillo.
Numa tentativa velada de afugentar Beringhs, o grupo queria impor os jornalistas Cleber Ferreira, Altair Tavares e Eduardo Horácio para “monitorarem” os passos da produção de Paulo Beringhs com o objetivo de vetar a participação de Marconi no programa.
Foi diante desse cenário típico de tentativa de censura que Beringhs denunciou ao vivo a pressão que vinha sofrendo. Na noite do dia 20 de outubro, o jornalista disse a célebre frase para Cleber Ferreira, que estava ao seu lado na bancada: “Fique com seu emprego, que eu fico com a minha dignidade”.
Um dos que teria arquitetado a censura prévia foi Altair Tavares. Será que ele abriria seu sigilo telefônico do dia 20 de outubro de 2010? Ele foi um dos citados por Cleber Ferreira como sendo “fiscal da censura”.
O episódio da censura foi notícia até mesmo fora do País e apareceu nas páginas de diversos jornais pelo Brasil e pelo mundo.