sexta-feira , 15 novembro 2024
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Artigo de Leandro Resende em O Popular mostra ignorância sobre contabilidade pública

Comentarista de economia do jornal O Popular, o jornalista Leandro Resende mostra falta de conhecimento, na edição desta terça-feira, sobre contabilidade pública e, no detalhe, sobre as metas fiscais que o Governo de Goiás – e todos os demais governos estaduais – são obrigados a cumprir a cada ano, mediante compromisso firmado com a Secretaria do Tesouro Nacional.

Diz Leandro, no seu artigo, que o Governo de Goiás “não cumpriu as seis metas fiscais de 2012”.

Falso. Leandro não leu a entrevista que a sua colega Fabiana Pulcineli fez com o secretário da Fazenda, Simão Cirineu, na edição de domingo último. Simão diz com clareza que as metas fiscais são hierarquizadas por importância. E que apenas uma delas não foi cumprida, sem acarretar problemas para o Estado. Veja o que diz Simão:

“Essa meta (despesas de custeio) é periférica. As duas que contam mesmo são a 1 e 2, que conseguimos cumprir. Se não tivéssemos cumprido essas duas teríamos de pagar multa sobre elas e todas as outras. Agora, não temos de pagar multa de nenhuma. Além disso, são as duas metas que contam na questão de limite de endividamento e contratação de empréstimos”.

Em seguida, Leandro erra de novo ao dizer que o Governo de Goiás “não conseguiu eliminar o déficit fiscal “nem com vários empréstimos”.

Na contabilidade pública, empréstimos destinados a investimentos determinados entram como soma zero e, portanto, não influenciam no cálculo do déficit, já que são recursos previamente alocados para gastos específicos – não sabia disso, Leandro? Ou faltou à aula na Faculdade de Economia no dia em que a matéria foi ensinada?

De resto, Leandro afirma que o Governo fechou 2012 com “um rombo de 180 milhões.

Acorda!

Para quem assumiu com um déficit de 2 bilhões, os 180 milhões não são rombo, são, ao contrário, uma vitoria a ser comemorada. Aliás, não são 180 milhões, mas, como revela Fabiana Pulcineli na entrevista com Simão Cirineu, são exatamente 178 milhões.

Economistas, como Leandro Resende se declara, não deveriam abrir mão da precisão.

E por último, uma afirmação estapafúrdia do Leandro: “Em um Estado em que os números e informações públicas – nos mais diversos órgãos – são pouco acessíveis, alimenta-se um mistério que apenas empobrece o debate”.

Falso de novo. Todos os números da gestão orçamentária e financeira do Estado estão na internet. Nos mínimos detalhes.

O que falta é gente capacitada para entendê-los.

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