Qual é o balanço dos seis meses da delegada Adriana Accorsi à frente da Secretaria Municipal de Defesa Social (Semdef)? “Lamento, mas o diagnóstico é ruim”, diz o sociólogo Luís Flávio Sapori, ex-secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, que foi convidado a avaliar o trabalho da prefeitura na área.
Adriana deixou todo mundo boquiaberto quando trocou o comando-geral da Polícia Civil, uma das instituições mais eficientes de Goiás, pela raquítica Secretaria de Defesa Social. Chegou prometendo mundos e fundos e garantiu que a prefeitura daria sua contribuição para dirimir a violência na Capital.
E aí, Adriana cumpriu as promessas?
Não, em definitivo. Em primeiro lugar, porque submeteu a Guarda Municipal às intempéries da política. Foi omissa quando o prefeito Paulo Garcia (PT), de maneira inconsequente, demitiu o chefe da Guarda só porque ele era indicado pelo vereador Djalma Araújo (PT), ex-aliado. Por muito tempo, a entidade ficou acéfala.
A bem da verdade, sempre esteve.
Adriana disse que iria casar o trabalho da Guarda à tecnologia, com a adoção de câmeras de vigilância gerenciadas por uma central de monitoramento. O investimento em câmeras nunca foi feito. Imagens de crimes e ilícitos, quando existem, são flagradas com câmeras de estabelecimentos privados.
“É um avanço criar a Secretaria Municipal de Defesa Social, mas ainda falta dinheiro. A Prefeitura tem que definir ainda esse ano um bom orçamento para a pasta.” O vácuo de políticas públicas também foi considerado por Luís Flávio Sapori.
Adriana padece do mesmo defeito dos velhos políticos a quem faz companhia na prefeitura: promete o que não pode cumprir. Seja por incompetência, seja por falta de dinheiro.
É mais plausível supor que seja incompetência mesmo, porque algumas medidas não dependeriam de um centavo para ser executadas, e mesmo assim não saíram do papel. Exemplo: as audiências públicas para discutir o armamento da Guarda Municipal.
Reflita: no seu bairro, já houve algum convite de autoridade pública para participar de um debate dessa natureza com representantes da prefeitura?
Quando Adriana tomou posse, ouviu do jornalista Nilson Gomes uma advertência: “cuidado para não se tornar um Allen Viana de saias”. Era uma referência à passagem medíocre do antecessor dela pelo cargo.
Parece que Nilson acertou no prognóstico. A única notícia positiva que envolveu o seu nome em sete meses foi a adoção de um gato, que hoje vive na sua casa. Ela própria divulgou isso no Facebook.
Adriana, a “Allen Viana de saias”, está com as calças na mão.