quarta-feira , 17 julho 2024
Imprensa

Crise e demissões da TV Anhanguera viram debate de leitores e jornalistas em coluna de cartas do Opção

Está dando o que falar a sacudida geral que o diretor Orlando Loureiro está promovendo na TV Anhanguera, com a saída de profissionais antigos de casa e a contratação de novos repórteres vindos de outras praças.

O Jornal Opção, desta semana, publica nove cartas de leitores, entre eles jornalistas conhecidos com Amauri Garcia, o promoteur Fausi Humbero e o advogado Uarian Ferreira.

Goiás24horas publica abaixo as cartas:

Leitores discutem sobre as mudanças implantadas pelo diretor Orlando Loureiro na TV Anhanguera

“Repórter que se acha desvalorizado por causa de pauta está na profissão errada”

Erisvaldo Santos 

Moro fora de Goiás, mas já trabalhei na Rede Anhanguera e discordo de tudo que li na nota “Or­lan­do Loureiro está desmontando a e­quipe da TV Anhanguera” (Jor­nal Op­ção 1986), da coluna “Im­pren­sa”.

É uma orientação da Rede Globo que todos os repórteres de suas praças e afiliadas façam todo tipo de assunto. Por isso um repórter que hoje está no “Jornal Nacio­nal” deve estar preparado para ama­nhã estar mostrando um alagamento na periferia.

Quanto a Ho­nó­rio Jacometo, é um repórter de re­de excelente. Atuou bem em to­das as afiliadas por onde passou (São Luís, interior de São Paulo e ago­ra em Goiás). Fábio Castro, mesmo aqui de longe, o vejo sempre na rede, inclusive em reportagens do “Fantástico”. Quando se põe um repórter do peso dele para apresentar o “Bom Dia” é porque se está querendo dar peso ao noticiário e não desvalorizar o profissional. Para mim, a maior motivação para um jornalista de uma afiliada Globo é o próprio fato de estar ali. Mas, se recebe uma pauta de buraco de rua e acha que está sendo desvalorizado, é porque está na profissão errada.

E-mail: erisvaldosantos@hotmail.com

“Atitudes passíveis de indenização”

Urian Ferreira 

Atos sistemáticos praticados pelo empregador com deliberada intenção de exclusão, que afetem o ânimo psíquico, moral, intelectual, a imagem e o prestígio profissional do trabalhador são passíveis de indenização por dano moral.

Por certo que foi a TV A­nhan­­gue­­ra quem deu prestígio e visibilidade a estes profissionais. Também não menos certo que foi a simpatia, a competência, inteligência, fidelidade e dedicação desses profissionais quem garantiu à TV Anhanguera a liderança no mercado.

Por anos e anos estiveram no café da manhã, no almoço e na hora do jantar das salas, copas e cozinhas de todos nós, goianos. É direito do empregador de TV substituir os colaboradores. Também é razoável que se preocupe em per­dê-los e ao telespectador que lhe é cativo para a concorrência local.

Em se tratando de TV, deve se ter em mente que um dos ativos de negociação remunerativa destes profissionais é composto pela imagem, prestígio, proximidade e interlocução diária com o telespectador. O telespectador cativado é a medida do poder de barganha dos apresentadores de televisão. Trata-se de momento e oportunidade, posto que facilmente minado e frustrado pelo próprio empregador.

De qualquer modo, salvo me­lhor interpretação, constitui dano patrimonial sujeito a indenização, a redução imposta ao valor deste ativo por atos do empregador que agiu para desacreditar a imagem, o prestígio moral, minar e fazer ao telespectador esquecer ao colaborador, frustrando a oportunidade de melhor contrato com terceiros.
Torço para que tudo dê certo para todos.

Uarian Ferreira é advogado. E-mail: uarian@uarianferreira.com.br

“Falta de respeito com quem está aqui”

Fausi Humberto 

Tem um ano que Orlando Loureiro assumiu a direção de Jornalismo da TV Anhanguera, vindo da Record do Rio de Janeiro. Não o conheço, mas eu conheço os talentosos Fábio Castro, Handerson Pancieri e Murilo Santos. Acho uma falta de respeito com estes que estão há anos à frente dos nossos telejornais do dia a dia aqui em Goiânia. É por essa e outras razões que o jornalismo no Brasil (principalmente aqui em Goiás) vive na decadência a cada dia que se passa.

E-mail: fausihumberto0804@gmail.com

“Globo se sente mal representada em Goiás”

Amauri Garcia 

A própria reportagem diz que Orlando Loureiro veio da Record do Rio. Veio pra comandar o jornalismo da TV Anhan­guera. Ao mesmo tempo em que outros profissionais vieram de fora para integrar a equipe de jornalismo. Está muito claro que há, sim, uma intervenção na Jaime Câmara. Esses profissionais vieram porque a Globo se sente muito mal representada em Goiás pela TV Anhan­guera, com uma péssima performance na audiência. E isso não é de agora. Aí vem um de São Paulo, outro de Cuiabá, outro do Rio de Janeiro, e outros de tantos lugares, sem qualquer identidade com a região, e já assumem cargos de confiança. Como se a responsabilidade pelo péssimo desempenho fosse de quem está no vídeo.

Quando trabalhei como repórter, por várias vezes ouvi profissionais dizerem que eu fazia perguntas nas coletivas que eles gostariam de fazer, mas não “podiam”. Ou seja, o problema da baixa audiência e da baixa credibilidade não é necessariamente a falta de capacidade de seus jornalistas. Pode ser fruto da imposição de uma linha editorial atrelada a outros interesses. É notório que os jornalistas de fora não vieram para somar, mas para substituir. E é constrangedor para o profissional de anos de casa ser relegado ao segundo plano, como estamos vendo de forma nítida com vários deles.

Amauri Garcia é jornalista. E-mail: amaurigarcias@gmail.com

“Pelo retorno dos nossos profissionais”

Tatiana Cordeiro 

As pessoas que vêm de fora não percebem o quanto somos tradicionais. Colocando esses profissionais na geladeira é como se estivessem nos colocando na geladeira também. Abaixo Loureiro e pelo retorno dos nossos, pois é por causa deles que assistimos a TV Anhan­guera todos os dias. Sem eles, sem Anhanguera. Não queremos só rostinhos e corpinhos bonitinhos.

Queremos competência, pois isso eles sempre nos deram.

E-mail: tati.sussu@gmail.com

“Baixíssimo salário já desmotivava repórteres”

Henrique Souza 

Acho que o texto procede em alguns pontos, em outros, não. O que o telespectador ou colegas definem como “bom profissional” nem sempre é a realidade, não a realidade do dia a dia da redação. Mas o fato é que o problema na TV Anhanguera co­me­çou muito antes de Orlando Loureiro. Os profissionais já estavam desmotivados pelos baixíssimos salários. Kátia Assunção e Marina Jorge saíram porque foram aprovadas em concurso público e Mônica Novaes re­solveu trocar a emissora pela Record.

E-mail: hsxd@gmail.com

“Se fossem bons não estariam em Goiânia”

Eduardo Hilario 

A finalidade da empresa é comercial e a equipe antiga não rende a audiência suficiente para auferir os lucros. Noto que os novos contratados estão efetivamente mais populares e as reportagens mais próximas à sociedade. Claro que isso tudo em desfavor da qualidade do jornalismo feito. Se formos comparar com as demais emissoras locais, não veremos muita diferença. A realidade local não é para os bons jornalistas, mas, sim, para os populares. Já os bons, na verdade não devem ser tão bons assim, pois, se fossem, certamente não estariam no jornalismo de Goiânia.

E-mail: eduardohilarioribeiro@gmail.com

“Parabéns com aspas ao GJC”

Alaor Félix 

Para ser breve: estão tentando criar uma nova cara para o jornalismo da TV Anhanguera, que mudou muito no último ano. Infelizmente, para pior. “Parabéns” para a administração do Grupo Jaime Câmara, que despreza sua própria história e profissionais que sempre trabalharam com competência para construir o que a TV Anhanguera é hoje.

E-mail: alaorfelix@gmail.com

“Uma pena o que acontece na TV Anhanguera”

João Fernandes Neto 

Uma pena o que ocorre na TV Anhanguera. Fábio Castro é o repórter local mais conhecido em rede nacional, via Rede Globo, e a referência de Goiás em rede nacional, os substitutos da equipe antiga são muito fracos.

E-mail: jnetofernandes@hotmai.com

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