“Meias verdades ditas repetidas vezes tornam-se verdades”, as aspas são do marqueteiro Joseph Goebbels, que foi ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha. O homem criou uma máquina de mentiras contra judeus, gays, religiosos, ciganos e tantos outros.
A mentira plantada rendeu seus frutos: sofrimento, morte, lágrimas, fascismo.
O núcleo duro do bolsonarismo leu, releu e devorou a cartilha de Goebbels. O país entrou em um imenso mar de ‘verdades pelas metades’ ditas por pessoas desconhecidas, que diante de seus celulares entraram para o estrelato da direita, os ‘donos da verdade’, daí a enxurrada de Fake News.
No Brasil deu certo porque gostamos de celular, o grande divulgador do ex-presidente. São mais de 400 milhões de dispositivos digitais, quase 2 por habitante. Neste universo a desinformação se alastra rapidamente, as sementes lançadas brotam, desabrocham e reproduzem na velocidade da luz.
A última campanha eleitoral ficou marcada por notícias falsas como a ligação entre PT e Lula ao PCC e ao assassinato de Celso Daniel; kit gay; que Lula eliminaria o agronegócio se fosse eleito; cartilha que incentiva masturbação infantil e pedofilia; cartilha do aborto; prostituição com recém nascidos; apoio de Lula à ditadura na Nicarágua, fechar igrejas; perseguir cristãos e tantas outras…
Tudo é fake. Impressionante! O caso mais recente veio do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que forneceu senhas inválidas à Polícia Federal para acessar os dados em nuvem de seu celular, que ele diz ter perdido nos Estados Unidos. A ideia era colaborar com a investigação entre aspas e conseguir um habeas corpus que retiraria Torres da cadeia. Não colou. O intervalo entre ação e reação foi longo demais. Torres teve o pedido negado.
Como explicar a mentira? Com outra mentira. Não sei se é o caso de Anderson Torres, mas pior a emenda que o soneto, outra justificativa que tem cheiro, cor e sabor de fake news: Anderson Torres está deprimido e teve lapsos de memória na hora de passar a senha para a justiça. É pra ‘cabá com os pequi do Goiás”.
Cristiano Silva
G24H