• Violência reprovada
Repudiamos a agressão sofrida por Ronaldo Chaves durante uma briga com um servidor da prefeitura de Santo Antônio do Descoberto. Em qualquer circunstância, o uso da força deve ser condenado e investigado pelas autoridades competentes.
No entanto, é necessário ir além do episódio físico e compreender o que está por trás do embate: a confusão entre fazer jornalismo e usar a comunicação como arma de pressão por interesses financeiros.
• Pressão disfarçada
Segundo o deputado André do Premium, Ronaldo teria atuado como apoiador informal na campanha de sua esposa, a prefeita Jéssica do Premium, e agora cobra um pagamento pelo que chama de “apoio jornalístico”.
Utiliza sua página para pressionar, insinuando que possui vídeos e documentos que seriam divulgados caso não receba recursos públicos. Isso não é jornalismo — é chantagem. A publicação de conteúdo não pode ser condicionada a pagamentos, tampouco ameaças devem pautar a comunicação.
• Crítica necessária
Jornalismo não se faz com xingamentos, ameaças e “acordos” em troca de silêncio. Se alguém diz ter provas, deve publicá-las por dever com a verdade, não como moeda de troca.
Afinal, por que Ronaldo trocava mensagens e ofensas com André da Premium pelo WhatsApp? Apurar um fato é investigar com seriedade — não negociar bastidores. Isso, definitivamente, não é jornalismo.
Vivemos um tempo em que a fronteira entre jornalismo sério e práticas oportunistas se dissolve perigosamente. Há quem rasgue os manuais de ética em busca de cliques, contratos e vantagens pessoais. Mas não se pode aceitar que esse comportamento seja confundido com liberdade de imprensa.
Jornalismo é apuração, exposição de fatos e compromisso com o interesse público — não envio de mensagens no estilo “pague ou publique-se”. Quando esse limite é cruzado, transforma-se a crítica em comércio e a imprensa em chantagista.