Na última terça-feira, Dia dos Professores, o prefeito Paulo Garcia (PT) chamou o movimento grevista para uma conversa no Paço Municipal. A entrada do prefeito na negociação entre amotinados e poder público alimentou a esperança de que a paralisação chegaria ao fim, dado o peso da presença do prefeito na mesa de diálogo.
Paulo, no entanto, frustrou expectativas logo de início. No meio da conversa, levantou para uma conversa com o senador Wilder Morais (DEM) sobre negócios imobiliários e não voltou mais. Deixou para os secretários Neyde Aparecida e Osmar Magalhães a espinhosa missão de desatar o nó.
Horas mais tarde, a prefeitura apresentou um documento chinfrim ao comando de greve. Não era a formalização de propostas sérias, mas uma carta de intenção sem a menor validade, dado que não trazia o timbre oficial nem tampouco a assinatura de Paulo Garcia. Eram letras mortas.
Para azar do prefeito, não tem bobo nessa história.
O documento teve o fim que merecia: foi rasgado no plenário da Câmara Municipal, onde a categoria levantou o acampamento e resiste há mais de 20 dias. Optou-se, por unanimidade, pela manutenção da greve.
A credibilidade do prefeito como negociador agora está equiparada à sua credibilidade como gestor. Ambas estão no chão.