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Rádio 730: Paulo Garcia deveria estar presente para justificar porque vai cobrar ainda mais do goianiense

Veja editorial da rádio 730:

O prefeito Paulo Garcia deveria estar presente para justificar porque vai cobrar ainda mais da população de Goiânia

Última atualização em Quinta, 28/11/2013 11:04h

A Prefeitura de Goiânia encaminhou para Câmara Municipal a tabela de reajustes do IPTU e do ITU. Os valores oscilam entre 25% e 33%, índice acima da inflação acumulada dos últimos três anos. É uma escolha política da prefeitura utilizar o IPTU para aumentar a arrecadação, o que estranha nessa manobra é o prefeito Paulo Garcia não participar do anúncio público da medida. Enquanto o vice-prefeito, Agenor Mariano, se esforçava para explicar diante das câmeras e microfones os valores do reajuste, Paulo Garcia permanecia nos Estados Unidos, embora dos oito dias de viagem, apenas um tenha sido dedicado a palestrar em evento realizado pela Agência para o Desenvolvimento Internacional.

O motivo oficial para o aumento é corrigir uma distorção do sistema arrecadatório do município. Caberia então ao próprio prefeito explicar que cobra-se menos dos moradores em Goiânia do que em outras capitais do país. Mesmo que estejam apontando como um defeito o que na visão da população é uma qualidade. Tirar menos dinheiro do contribuinte significa colocar mais recursos em investimentos e consumo, em suma, na economia do município. Algo que Paulo Garcia pode ter notado enquanto esteve nos Estados Unidos, caso tenha ido com a mesma gana para aprender do que para ensinar. A tabela inferior do IPTU não deveria ser tratada como uma aberração administrativa, mas como exemplo de que se pode fazer mais com menos.

Ainda que a oposição considere um reajuste dentro dos níveis da inflação aceitável, é preciso repensar os critérios para a cobrança do imposto. Na forma de zonas em que foi proposto, quem paga mais nem sempre será quem tem mais condições. Os abastados moradores dos condomínios fechados, por exemplo, terão um índice de aumento inferior a quem mora no Centro da capital, com imóveis de preços substancialmente menores. Acima de tudo, é preciso garantir que quem paga esteja certo que está bancando um serviço de primeira. Poucos, no entanto, irão elogiar a qualidade dos serviços do município, seja a educação, a coleta de lixo ou ainda o de saúde. Levando em consideração a satisfação do cliente como norma, a impressão é que se paga muito mais do que seria justo.

Paulo Garcia deveria adotar na prefeitura o mesmo método utilizado pelas donas de casa de Goiânia. Na falta de dinheiro, corta-se o supérfluo. E muito pode ser cortado na administração do município. A começar pelas gratificações irregulares apontadas pela oposição, que podem chegar à cifra de R$ 500 mil mensais. A tesoura também poderia trabalhar em secretarias que pouco contribuem para a população, muitas vezes apenas abrigando aliados políticos de primeira hora. É sempre preciso lembrar que gastar bem muitas vezes é melhor do que cobrar bem – e muito.

Acima de tudo, é preciso ter consideração pelo contribuinte, que todos anos destina cerca da metade do que ganha para os cofres públicos. Bem como todos os anos é bombardeado por escândalos após escândalos em todas as esferas do poder, além de sofrer o martírio de depender de serviços públicos básicos. A cada vez que se discute como lançar mão de mais dinheiro do povo, antes de qualquer coisa é preciso colocar na balança um item principal: a paciência. A paciência de quem sempre, no final, paga as contas.

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