Veja matéria do jornal O Hoje:
14 pessoas já morreram na Avenida Santa Maria
Polícia contabiliza acidentes no local. Possível falha na sinalização seria o motivo. Moradores também reclamam
O trânsito da Avenida Santa Maria, Bairro Goiá, em Goiânia, já matou 14 pessoas. Os dados são da Delegacia Especializada em Investigações de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict) que contabilizou, desde 2004, os graves acidentes registrados na via. Os últimos que morreram no local foram Vladimir Lopes Oliveira, 30 anos, e a esposa Antônia Dulcimar Batistas, 28 anos, grávida de nove meses. Com o impacto do acidente nasceu Isabela. A tragédia que abalou a cidade na última terça-feira (4) trouxe à tona possíveis falhas na sinalização de trânsito do local.
Segundo a delegada da Dict, Silvana Nunes Ferreira, no cruzamento onde ocorreu o acidente que matou Vladimir e Antônia, há um semáforo com fotossensor, mas não existe qualquer sinalização prévia para que o motorista reduza a velocidade. “Foi identificado que aquele é um ponto de maior periculosidade, por isso, na curva que antecede o semáforo deveria existir sinalização”, disse.
Ela ainda esclareceu que sua função como delegada é identificar quem causou o acidente, mas que irá cobra da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) uma modificação na sinalização da avenida. Com relação às filmagens registradas pelo aparelho de fiscalização, o material ainda deve ser passado por perícia. “Eles vão tentar identificar a velocidade que o caminhão estava no momento do acidente, mas ainda não existe garantia de que vamos conseguir essa informação.” A delegada deve receber o material hoje.
No mesmo dia do acidente o motorista do caminhão se apresentou espontaneamente para prestar esclarecimentos. Um inquérito será aberto para investigar o caso. Os dados repassados pela Dict condizem com a realidade que preocupa os moradores da região. Moradora do residencial Cidade Verde, às margens da Avenida Santa Maria, há 10 anos, a estudante Luiza Pereira Barbosa, 19 anos, já perdeu as contas de quantos acidentes presenciou no local. “Aqui falta sinalização para organizar o trânsito e, além disso, os motoristas são imprudentes.”
Eduardo Martins de Sousa, 26, transita de bicicleta todos os dias pela avenida. “É um pouco tenso, porque tem muito caminhão carregado que não consegue parar no sinal.” Ele afirmou já ter presenciado uma colisão em que um caminhão carregado de madeira tombou deixando a carga espalhada na pista.
A dona de casa Ângela Maria, 56, reclama do espaço para pedestres. “Se de carro já é difícil imagina pra fazer qualquer coisa a pé mesmo. É praticamente impossível. Me arrisco sempre que tenho que ir ao supermercado. O trânsito nesse local sempre foi perigoso, foi preciso de uma tragédia maior para lembrarem daqui”, reclamou. A reportagem entrou em contato com a SMT, para possíveis esclarecimentos com relação à sinalização de trânsito do local, mas, até o fechamento da edição, não obteve retorno.
Bebê está bem
O Hospital Materno-Infantil (HMI) informou que é bom o estado de saúde do bebê que nasceu após o acidente. A menina, que pesa 2,59 quilos e mede 50cm, foi levada para o hospital ainda na manhã de terça-feira (4) por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e ficou internada.
