Na quinta-feira, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), convocou a imprensa para fazer um discurso que é muito bonito na teoria. Paulo prometeu sanear as contas da Comurg, limpar a companhia (no sentido político da palavra), e dotá-la de maior transparência.
Mas, cá entre nós: será que esse lero-lero faz sentido?
Indícios apontam que não.
Aos fatos:
Paulo anunciou a exoneração de 1.073 servidores da Comurg, alguns deles aposentados que continuaram prestando serviços para o poder público.
De fato há aposentados que acumulam salários milionários no órgão, mas nestes o prefeito não mexeu. A esmagadora maioria era de garis.
Paulo também reformulou, por orientação do Ministério Público, a composição do quadro de diretores da Comurg. Um dos recém-nomeados é o advogado Marconi Pimenteira.
Para quem não conhece, Marconi era procurador da Câmara Municipal de Goiânia até poucos dias. É pessoa de estrita confiança do presidente do Legislativo, vereador Clécio Alves (PMDB), que passa a mandar como nunca na companhia.
Ou seja: o prefeito nomeou o operador de Clécio para tomar conta do galinheiro.
Alguém acha que isso pode dar certo?
Só os mais inocentes acreditam no discurso de boas intenções que Paulo Garcia vomitou para imprensa.