Quem acompanhou a entrevista do candidato a governador Iris Rezende (PMDB) à rádio 820 AM na manhã desta sexta-feira percebeu que o velho cacique continua o mesmo, com os olhos voltados sempre para o passado – apesar das reclamações da sua equipe de marketing.
A entrevista começou com uma pergunta básica: por que, aos 80 anos, Iris ainda quer governar o Estado?
Foi a deixa que o candidato precisava para deflagrar um profundo mergulho no passado, que começou pela sua infância na roça, passou pelos seus anos de Liceu e Escola Técnica de Contabilidade, grêmio estudantil, eleição para Câmara Municipal, Pedro Ludovico, Hélio Seixo de Britto, mutirões, Dergo…
Foi extremamente cansativo para nós, do blog, acompanhar esse lero-lero sem fim. Certamente também o foi para os jornalistas que participavam da entrevista. Tanto é que, depois de 14 minutos de digressão pelos tempos do relógio de corda, Emerson Vargas perguntou: “mas e hoje?”.
Acontece que Iris, que não havia tomado a sua dose diária de Semancol, respondeu: “espera”.
Se feitas as contas aqui e ali, constata-se que em uma hora de entrevista, Iris falou do passado por mais de 40 minutos.
Em compensação, ele não apresentou uma proposta ou ideia para o futuro de Goiás.
Quando não falava do passado, Iris dava caneladas no governo estadual.
Foi ruim demais.