Depois de perder a eleição para deputado estadual, o sorumbático presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Clécio Alves (PMDB), disse nesta quarta-feira à rádio CBN que ele e os vereadores da Capital sempre rejeitam projetos que “violentam” a população.
Se a fábula de Pinóquio fosse verdadeira, o nariz de Clécio teria crescido em progressão geométrica de dizer isso.
A garantia foi dada em razão do projeto de lei, a ser encaminhado pela prefeitura nos próximos dias, que altera a Planta de Valores do IPTU e especifica qual será o aumento de imposto para cada imóvel da cidade. Se a matéria chegar eivada de injustiças com a população, diz Clécio, será vetada.
A julgar pelo histórico recente da Câmara, não há razão alguma para acreditar no presidente. No mês passado, por exemplo, a base aliada ao prefeito Paulo Garcia (PT) acionou o rolo compressor para aprovar o aumento das alíquotas do IPTU, apesar da grande pressão popular. O mesmo rolo mandou para lata de lixo o pedido de abertura de impeachment contra Paulo, protocolado por professores da rede municipal, que queriam que a proposta fosse ao menos discutida.
A Câmara também rejeitou uma emenda do vereador Virmondes Cruvinel (PSD) que previa a reintegração de adicionais salariais dos professores que Paulo Garcia, numa medida autoritária, cortou. Liberou a venda de áreas públicas que deveriam servir para abrigar postos de Saúde, CMEIs ou creches.
Por fim, mas não menos importante, deixou passar uma proposta que esculhambou com o Plano Diretor da Capital e permitiu que o prefeito entregasse à sanha do mercado imobiliário na região Norte da Capital, além de autorizar grandes construções em bairros que já estão saturadíssimos do ponto de vista habitacional.
Depois disso tudo, Clécio ainda quer que acreditemos na ladainha dele? Fala sério.