Pesquisas realizadas há dois ou três meses mostraram que Paulo Garcia (PT) consagrou-se como o prefeito com maior reprovação da história de Goiânia. Mas engana-se quem pensa que Paulo chegou ao fundo do poço. Ele ensaia medidas impopulares que continuarão a empurrá-lo ainda mais para baixo. A situação dele é tão ruim, mas tão ruim, que até de antigos aliados ele recebe críticas.
Exemplo disso é o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Goiás (Sintego), que é a mais pelega de todas as entidades de representação dos trabalhadores que já atuou no Estado. O Sintego é o celeiro de muitos políticos do PT, como Neyde Aparecida, Delúbio Soares e Osmar Magalhães. Nos últimos anos perdeu muita força, principalmente pelo apoio escancarado de duas das suas dirigentes – Bia de Lima e Ieda Leal – ao Partido dos Trabalhadores, mas ainda tem os seus seguidores.
Inesperadamente, o Sintego decidiu abrir uma ofensiva contra Paulo Garcia. A razão desta investida é um decreto do prefeito que suspende o pagamento de aditivos salariais e gratificações por conclusão de cursos de pós-graduação (que a categoria chama de titularidade). Paulo argumenta que a prefeitura está quebrada, mas os professores dizem que não são obrigados a pagar pela irresponsabilidade dos gestores que provocaram este desarranjo financeiro.
Além disso, o Sintego acusa Paulo Garcia de descumprir pontos do acordo firmado ao término da última greve da categoria. Entre eles está a gratificações para secretários de escolas e assinatura das progressões dos professores. Bia de Lima, atual presidente do sindicato, lembra ainda o pagamento da data-base dos administrativos, que não foi paga devido ao descontrole financeiro da administração, fatos estes que, segundo ela, “têm revoltado a categoria”.