O advogado Flávio Buonaduci Borges, entrevistado pela TV Anhanguera em uma matéria sobre a possibilidade de devolução do valor cobrado a mais pelas empresas de ônibus, que continuaram cobrando tarifa de R$ 3 reais por mais de 10 dias, mesmo depois da desoneração fiscal baixada pelo Governo Federal, aparece nos registros judiciários como representante jurídico do Setransp em inúmeros processos na Justiça Estadual.
Esse dado, obviamente importantíssimo, foi omitido pela TV Anhanguera.
Na sua fala à TV Anhanguera, dr. Flávio disse que não há como devolver o que foi pago a mais e que o ideal seria que as empresas ficassem com o dinheiro e se comprometessem a fazer reformas nos terminais com os recursos arrecadados indevidamente dos usuários de ônibus.
Essa “solução”, obviamente, atende ao interesse das empresas.
Reforma de terminais é obrigação do Poder Público e das companhias de ônibus. Desviar recursos das passagens que foram cobradas a mais, para essa finalidade, é apenas mais uma proposta esperta para engordar o caixa dos empresários do transporte coletivo – irregularmente.
De resto, quem fiscalizaria a “reforma dos terminais” e como se apurariam quais os valores cobrados a mais?
O advogado Flávio Buonaduci Borges não poderia ter dado a opinião como “especialista”, aparentemente isento, o que não é, já que tem ligações de interesse profissionais com uma das partes, o Setransp, que é o sindicato dos empresários do transporte coletivo.
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