Ao anunciar a revogação do aumento no preço da tarifa de ônibus, o prefeito Paulo Garcia (PT) sofreu sua primeira grande derrota política neste mandato. O ato de recuo diante do protesto iminente mostra que o até então inflexível prefeito foi obrigado a rever sua posição e atender ao apelo popular.
Conhecido por ser cabeça dura e ouvir pouco seus aliados, o prefeito evitou num primeiro se manifestar a respeito do aumento abusivo e parecia convicto de que nem mesmo a força do povo poderia ser capaz de reduzir o preço da passagem.
O prefeito desafiou até mesmo os estudos feitos pelo Procon Estadual, que logo de cara encontrou equívocos na tabela usada pela CMTC. Paulo Garcia bateu o pé. E na semana passada afirmou que não havia equívocos nos cálculos realizados para aumentar a tarifa.
Até mesmo aliados ficaram surpresos com a declaração do prefeito. Mesmo porque a Justiça tinha acabado de conceder liminar favorável ao Procon Estadual determinando a derrubada do reajuste. Paulo Garcia parecia disposto a peitar a tudo e todos e manter o aumento abusivo da tarifa.
No entanto, o prefeito petista deve ter visto o que aconteceu com seu colega Fernando Haddad, prefeito de São Paulo. Haddad também se comportava como Garcia. Mas, a tentativa de invasão da prefeitura paulistana foi a gota d’água. Haddad percebeu que a coisa era séria e foi pedir conselho ao mago Lula. O ex-presidente foi duro e mandou seu pupilo revogar o aumento.
Na final da tarde de quarta-feira, Haddad ao lado do governador Geraldo Alckmin anunciou que o preço antigo seria mantido em São Paulo. Mais tarde, em conversa com Marconi Perillo, Paulo Garcia também procurava uma solução. O petista não quis esperar o protesto desta quinta e junto com Marconi decidiu anunciar a revogação.
Paulo Garcia é o grande derrotado nesse episódio.