Com textos costurados pela indignação moral, visão udenista da política e muitas doses de moralismo exacerbado, a jornalista Fabiana Pulcineli preenche o vazio deixado pela aposentadoria do veterano Armando Acioli – que durante anos encarnou na página de opinião de O Popular o jornalismo maniqueísta e combatente.
No caso de Armando Acioli, justiça se faça: ele se saiu muito melhor, pois era autêntico e atendeu às demandas de uma época bem diferente dos “conturbados” dias de hoje, quando a internet ainda era uma promessa.
Hoje, nas ruas, os manifestantes protestam contra a grande imprensa e sua falta de sintonia com os anseios populares.
No seu artigo desta segunda-feira, Fabiana ataca todas as esferas de Governo e inocentemente solta frases exigindo que os políticos “admitam erros e parem de só prometer e nada cumprir”.
Parênteses: propor que políticos “admitam erros”… hummn, isso é prá lá de ingênuo.
O jornalismo “Armando Acioli” de Fabiana Pulcineli revela uma indignação que é salutar, só que… compete aos jornalistas escreverem sobre os fatos e tentar interpretá-los sem emocionalismo e sem procurar cair no populismo barato – coisa que a jornalista tentou, tentou, porém não conseguiu ainda, desde que os protestos de rua tiveram início.
Armando Acioli era udenista (era, no seu jornalismo militante, porque, esclareça-se, ele felizmente está bem vivo). Fabiana Pulcineli é udenista. Embora extinto em 1964, a UDN se transformou em uma espécie de jargão que denota o discurso moralista, absurdista e indignado ante a corrupção e demais desditas da vida política nacional – embora, via de regra, com uma conotação absolutamente vazia, quase sempre para esconder ausência de conteúdo da crítica.
Leia o artigo de Fabiana Acioli… Armando Pulcineli…. ooops… de Fabiana Pulcineli hoje em O Popular e confira.
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