sexta-feira , 26 abril 2024
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Jornalista Diogo Luz critica aumento do IPTU e afirma que Paulo Garcia se mostrou incapaz de gerir recursos com competência

O Diário da Manhã desta sexta-feira traz em sua edição um artigo do jornalista Diogo Luz. Ele analisa toda a polêmica em torno do aumento do IPTU e chega à conclusão de que não é nada confiável despejar recursos nas mãos do prefeito Paulo Garcia (PT).

Diogo lista as trapalhadas do petista e afirma que o prefeito se mostrou um gestor incompetente. Diante do caos financeiro, Paulo Garcia precisa angariar recursos para tapar o rombo, mas Diogo acredita que não é boa ideia confiar tantos recursos sob a responsabilidade do prefeito.

Leia o artigo de Diogo Luz:

É a hora de dizer não a Paulo Garcia

O incompetente na iniciativa privada convive constantemente com o desemprego ou com a iminência do mesmo. A política e a administração pública, no entanto, possuem as suas peculiaridades que permitem aos incompetentes prosperarem em ritmo acelerado. O prefeito Paulo Garcia (PT) chegou à conclusão que o problema que aflige a prefeitura de Goiânia não é má gestão, mas falta de recursos. Achou por bem então pedir nada menos do que 57,8% de reajuste do IPTU em 2015 e mais 29,7% para o ano seguinte. Isso após ver a proposta inicial, que geraria aumentos de mais de 1.000% em determinados casos, naufragar. Um diretor de empresa ou gerente de botequim em situação similar provavelmente seria colocado porta a fora pelos investidores ou proprietário. Paulo Garcia, por sua vez, pode ter o pedido atendido se a população não pressionar a Câmara Municipal.

A pergunta que cabe aos vereadores responderem é simples: é razoável tirar dinheiro da população para colocar nas mãos de Paulo Garcia? É uma questão essencial antes de qualquer discussão sobre valores de reajustes. O aumento de impostos é apenas a última opção, principalmente em um país em que a população trabalha cinco meses do ano apenas para bancar a máquina pública. As nuvens apontam que uma crise econômica de grandes proporções se aproxima no horizonte e penalizar a população com um aumento nesse patamar pode colocar os mais carentes em grandes dificuldades caso as previsões se concretizem. Negar o pedido de Paulo Garcia é, antes de tudo, uma questão de bom senso e de responsabilidade.

Não bastasse o absurdo do aumento em si, Paulo Garcia não é o nome mais adequado para receber uma quantia vultosa de dinheiro para administrar. A sequência de escândalos na Prefeitura de Goiânia e a péssima qualidade das obras do petista são um cartão de visitas e tanto. Quem garante que com esse dinheiro, Paulo não resolva brindar a população de Goiânia com um novo túnel Jaime Câmara, que não conta com nenhuma utilidade prática além de ter transformado a Avenida Araguaia em uma lagoa após a sua inauguração (e aqui vale abrir parênteses: não se assustem caso os magos do marketing da sustentabilidade apontem aquele desastre de engenharia como uma resposta visionária para a crise hídrica que afeta o País atualmente).

Não seria muito mais recomendável cortar gastos, realizar auditorias e demitir os que estão abrigados nos enormes cabides de empregos da prefeitura ao invés de simplesmente usar a caneta para aumentar impostos. Como a sociedade pode confiar que não existem mais marajás como os da Comurg abrigados no Paço Municipal? É possível ignorar que sob o comando de Paulo Garcia Goiânia deixou de ser conhecida como a cidade das flores para estampar os noticiários do país como a cidade do lixo? Paulo Garcia realmente merece ser premiado com mais recursos em caixa após os atrasos nas construções dos viadutos da Capital, como o que transformou o cruzamento da Marginal Botafogo com a Rua 88 em um caos?

A resposta óbvia para todas essas perguntas é não. Paulo Garcia mostrou que é incapaz de gerir recursos com competência. Em suas mãos, a prefeitura de Goiânia entrou em uma crise sem precedentes – e aqui ele não pode usar o mesmo expediente que o governo federal utilizou ao longo de doze anos: demonizar seus antecessores. Até mesmo porque Paulo Garcia herdou a administração de Iris Rezende, de quem foi vice e contou com o apoio para chegar ao cargo maior do município mesmo sendo um ilustre desconhecido da maioria da população da Capital.

Os vereadores têm de respeitar a opinião da população. E ela é clara em cada universidade, praça e boteco: esse não é um momento para aumentar impostos, ainda mais em porcentagens tão assustadoras. A obrigação de Paulo Garcia é sanear as contas do município para que o próximo prefeito não se depare com um cenário de terra arrasada e assim pelo menos tentar salvar o que resta da sua biografia. É preciso dizer um sonoro não às pretensões de Paulo Garcia e salvar o bolso do contribuinte das mãos ágeis do prefeito e seus aliados. É uma questão de decência.

(Diogo Luz, jornalista)

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