A jornalista Karla Jaime, de O Popular, escreve artigo na página de opinião, nesta quinta-feira de Corpus Christi, defendendo – em um parágrafo – uma tese inusitada: quando alguém chama um Governo ou uma autoridade de “corrupto”, sem provas, está apenas exercendo o direito de criticar.
Ela está se referindo à polêmica carta de um leitor, que pode nem existir, publicada por O Popular, classificando o Governo do Estado de “corrupto”.
Karla ressalta que o Governo “reagiu duramente” à carta do leitor Túlio Carvalhbo (será que existe?) e que essa carta apenas “criticou propaganda do governo e o próprio Governo”.
Não é verdade. A carta, repetindo, diz que o Governo do Estado é “corrupto” – o que está longe de apenas “criticar propaganda do Governo e o próprio Governo”. Foi publicada no dia 19 último e basta que a jornalista consulte o arquivo de O Popular para confirmar que a palavra usada foi essa mesmo: “corrupto”.
Karla desenvolve um raciocínio curioso: acha que procurar a Justiça, para reparar uma calúnia, difamação ou injúria, é “tiro no pé”.
Como assim? Exercer o direito constitucional assegurado a todos os cidadãos de defender a sua honra, o seu nome, a sua família e a sua história, é “tiro no pé”?
Imagine se alguém escrevesse e O Popular publicasse uma carta afirmando que determinado jornalista é “venal”, sem apresentar nenhuma prova? Esse jornalista aceitaria em silêncio a calúnia ou procuraria meios para defender o seu nome e a sua dignidade?
É isso que está em jogo em Goiás hoje: liberdade de expressão, que traz consigo o direito de criticar, ou liberdade para caluniar, que não passa de crime capitulado no Código Penal.
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