quinta-feira , 25 abril 2024
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Site Poder Goiás: Caiado abusa de chavões negativos e ofende estudantes e professores de Valparaíso

Veja texto do jornalista Eduardo Horácio, do site Poder Goiás, a respeito da passagem de Caiado por Valparaíso, nesta quinta-feira: “A solenidade de reinício oficial das atividades do Colégio Estadual Céu Azul, na cidade de Valparaíso de Goiás, foi marcada por momentos tensos, em que estudantes, professores e moradores da cidade se sentiram ofendidos com o discurso do governador Ronaldo Caiado (DEM). O discurso de Caiado foi quase todo no sentido de dizer que Valparaíso e cidades do Entorno do Distrito Federal “vivem coagidas pelo narcotráfico”, o que incomodou vários dos presentes. “Aqui, infelizmente, não tinha a presença do Estado, eles comandavam tudo: as escolas, comandavam o comércio, comandavam tudo. É triste passar pelas ruas principais de Valparaíso e ver todas as pessoas fazendo entregas de mercadorias atrás de uma grade”, disse Caiado ao público presente.
Sem perceber o incômodo da plateia, Caiado repetiu que Valparaíso e cidades vizinhas “não serão mais comandadas por bandidos ou pelo narcotráfico”. “Essa tese de que aqui é terra ‘Nem Nem’ [Nem Goiás, nem Brasília] vai mudar. O Entorno agora é terra que tem governador. Acabou essa história de que aqui é terra de ninguém. Aqui é terra do Estado de Goiás, que vai se fazer presente para corrigir todas essas deformidades que estão ocorrendo e estão perturbando as famílias que aqui vivem e trabalham honestamente”. Caiado ainda falou em revistar todos os alunos e pessoas que tenham acesso à sala de aula. “Professor é autoridade. Professor tem que ter controle sobre sua sala de aula. Essa tese de que as pessoas não podem ter acesso à pasta, à bolsa de aluno, onde já se viu isso? Em qualquer prédio público que você entra, sua bolsa é revistada. Em qualquer aeroporto, sua bolsa é revistada. Qual é essa tese de que não pode ser visto? Será visto sim”, afirmou.

O discurso de Caiado, obviamente, não agradou ninguém. Parecia de alguém de fora que não conhecia as peculiaridades da realidade local e que repetiu chavões negativos para se referir ao Entorno do Distrito Federal. Se fosse melhor assessorado, teria conversado antes com professores e estudantes para conhecer melhor a realidade do município.

As aulas na instituição haviam sido interrompidas desde 30 de abril, quando um dos alunos atirou no professor Júlio César Barroso de Sousa, que morreu no local. Além do governador e da secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, participaram do ato alunos, professores, autoridades locais e familiares de Júlio César.”