sábado , 16 novembro 2024
GoiâniaGoiásImprensa

Faixas e cartazes bem produzidos contra Marconi destoaram das cartolinas espontâneas dos verdadeiros manifestantes

Veja o texto postado pelo jornalista Euler Belém agora há pouco no Jornal Opção Diário:

 

Ao focar crítica mais em Marconi Perillo, setores organizados destoam da crítica mais ampla das massas autônomas

Euler de França Belém

Talvez seja dizer possível que na manifestação de quinta-feira, 20, nas principais ruas do Centro de Goiânia, havia (ou há) duas vertentes: uma organizada e uma espontânea. A organizada, por mais barulhenta que seja, era minoritária. A maioria dos manifestantes era gente insatisfeita com o status quo — não apenas contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e a presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Trata-se de uma multidão, instruída, que está insatisfeita com o país, com os desmandos generalizados dos políticos de praticamente todos os partidos. Trata-se de uma massa — mas não ignara — que está cansada. Cansada de apenas votar — às vezes escolhendo não o “melhor”, mas, na falta deste, o “menos pior”.

Entretanto, além do protesto espontâneo — que, na verdade, não “perdoa” nenhum político e nenhum partido e defende uma mudança de fato, e não cosmética —, houve o “Fora Marconi!”, que, tudo indica, parece ter sido organizado pelas forças radicais da política, como PSTU, PSOL e setores mais ortodoxos do PT. Nada há de ilegítimo nisto, pois, como o país é democrático, os grupos políticos têm o direito de manifestar publicamente suas posições e divergências. É saudável que exponham suas discordâncias. É o oposição que faz o poder mexer-se e, às vezes, não permite as acomodações. No caso, porém, as ruas estão dizendo que todos estão acomodados — o que, de algum modo, sinaliza para uma falência das oposições.

Porém, ao concentrar-se no slogan “Fora Marconi!”, numa crítica articulada (com faixas e cartazes muito bem preparados — nada de cartazes singelos) e unidimensional, os setores organizados se postaram, de algum modo, contrários às massas, que, a rigor, não representam. Não que as massas tenham defendido Marconi, mas sua crítica era mais ampla. Pode-se dizer que, ao menos neste caso, as massas estiveram na frente, como críticas mais amplas, dos setores tidos como organizados.

Artigos relacionados

Goiânia

Racha no PP: Sob o comando de Alexandre do Baldy, membros da sigla gravam apoio a Mabel

Fato A briga interna sobre o apoio do PP em Goiânia parece...

Goiás

Surto de Doença Diarreica Aguda atinge 12 cidades de Goiás

Fato Um surto de Doença Diarreica Aguda atinge 12 cidades de Goiás....

Goiás

Goiás violento: PM à paisana é morto a tiros em Novo Gama

Fato Um policial militar (PM) à paisana foi morto a tiros, na...