Leia o Editorial da Rádio 730:
A cidade está suja e o fato não é assumido pela prefeitura. A limpeza na Capital é de responsabilidade da Companhia de Urbanização de Goiânia, a Comurg. É uma organização tão poderosa que seu comando é o cargo número 1 na pretensão dos políticos, mais do que qualquer secretaria. Nos governos do Partido dos Trabalhadores, a Comurg rendeu dois mandatos de deputado federal, para Jovair Arantes e Neyde Aparecida. Contam-se às dúzias as vagas ocupadas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa graças à estrutura da Comurg. Rende votos porque o dinheiro é fácil, difícil é aguentar o desleixo.
Iris Rezende nomeou na Comurg dois jovens do PMDB, Wagner Siqueira e Luciano de Castro, que se saíram bem. Hoje, eles continuam na equipe, mas como secretários, Siqueira na Habitação, Castro na Infraestrutura. Iris foi substituído por Paulo Garcia, que colocou na Comurg um sujeito que tem PT até nome, Paulo de Tarso. O efeito foi imediato: o mau cheiro se espalhou no Centro, na periferia, para onde quer que o povo torça o nariz. É lixo na calçada. É entulho nas ruas. É jardim malcuidado. É o capim crescendo, é o pasto aumentando nos lotes baldios.
A incompetência dos dois Paulos, o prefeito e o presidente da Comurg, é visível em todo canto da cidade. O Garcia deixou a empresa ficar sucateada. O De Tarso protege a companheirada calando-se diante da quebradeira. Atualmente, a Comurg tem menos de metade das máquinas necessárias. No recolhimento de resíduos, o descalabro salta aos olhos. Turno que tinha 60 garis recolhendo os sacos das lixeiras, precisava de 70 e agora tem 40. É assim de manhã, à tarde e à noite. A Coleta Seletiva e o Cata-Treco foram esvaziados. A serralheria e a carpintaria carecem de material e equipamento. Enfim, a Comurg faliu e Paulo Garcia não providenciou a recuperação.
As cidades do interior têm Goiânia como espelho. No entanto, os prefeitos que vierem aqui hoje correm o risco de sete anos de azar, porque o espelho está despedaçado. E não tem gari para recolher os cacos.