No dia – quinta-feira – em que foi anunciada a aposentadoria de Jaime Câmara Júnior e a ascensão do seu filho, Cristiano Roriz Câmara, à presidência do Grupo Jaime Câmara, um protesto de rua subiu pela rua 85 e foi até a sede da empresa – que teve de ser protegida por um batalhão da Polícia Militar.
Os manifestantes goianienses, reproduzindo um comportamento que foi anotado por todo o país, reclamam da cobertura da mídia tradicional, que consideram comprometida com interesses não populares. O Grupo Jaime Câmara, como o maior conglomerado de comunicação do Estado, simboliza a grande imprensa em Goiás.
Goiás foi a praça que mais registrou ataques contra veículos de mídia e jornalistas. Só o Grupo Jaime Câmara teve quatro veículos depredados e um jornalista hostilizado. O carro do veículo O Popular destruído nas proximidades do Paço Municipal foi o único equipamento de um jornal impresso, em todo o país, atacado durante protestos de rua.
A sede do GJC também foi pichada com frases criticando a grande imprensa.
O desafio do novo presidente, Cristiano Câmara, será conduzir a maior empresa de jornalismo de Goiás, até então considerada intocável, dentro de um novo quadro de questionamento dos leitores e telespectadores, além da queda contínua de público diante do avanço acelerado da comunicação via internet. O Popular, por exemplo, não experimenta aumento de circulação há mais de 10 anos e é forçado a distribuir brindes valiosos como compensação para quem compra uma assinatura.
Não é de se descartar a hipótese de que as manifestações e seus desdobramentos, no caso específico do Grupo Jaime Câmara, foram responsáveis pela decisão de mudança no comando da empresa – envelhecida diante dos desafios do mundo moderno.
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