Veja nota do editor-chefe do Jornal Opção, Euler Belém, sobre a acusação do jornalista Leandro Fortes ao blog 24 Horas (Leandro “inventou” uma denúncia maluca, segundo a qual o blog teria ‘”roubado” um site do empresário Júnior Friboi que nem sequer foi ainda ao ar, veja notas nos links abaixo):
CartaCapital garante que Júnior do Friboi foi vítima de grampolândia. Mas terá sido mesmo?
O ex-acionista da JBS Friboi acusa o Goiás 24 Horas de ter divulgado informações de um site que ainda nem foi ao ar
Jornalistas contam que, às portas do fim do mundo, a “Folha de S. Paulo” o anunciaria assim: “O fim do mundo está próximo, mas 55% discordam”. Ao anunciar a “volta” da inflação, a “CartaCapital” poderia dizer: “É culpa do Daniel Dantas, o Orelhudo”. No caso da grampolândia americana, depois de “ouvir” o ex-espião da CIA Edward Snowden e o advogado Glenn Greenwald, colunista do “The Guardian”, o editor da revista poderia escrever um título mais tropicalizado: “O governador de Goiás, Marconi Perillo, está envolvido com Barack Obama”. Uma ficção científica de primeira. Na segunda-feira, 15, o repórter Leandro Fortes volta a mencionar a “grampolândia em Goiás”. Nas primeiras reportagens, publicadas na revista impressa, o competente profissional destacou que havia uma grampolândia no Estado e que seu principal agente era o radialista Luiz Gama, que estaria a serviço do governo. Ainda que a grampolândia seja um fato, restou provado o envolvimento de Marconi? Até o momento, não. Agora, segundo a “CartaCapital”, na internet, o site Goiás 24 Horas teria divulgado “informações roubadas por arapongas goianos” do empresário Júnior do Friboi. Este, pré-candidato a governador de Goiás, estaria criando um site e os repórteres do Goiás 24 Horas teriam divulgado suas informações antes de o próprio vulgarizá-las.
Segredos vazam — cada vez mais, e Edward Snowden, mãos de tesoura da espionagem internacional, está aí para nos endossar. Os segredos da bomba atômica norte-americana vazaram para a União Soviética com relativa facilidade. O governo norte-americano fez quase o impossível para protegê-los, mas não conseguiu. Friboi, que não tem o mesmo sistema de segurança, lamenta que seu segredo de polichinelo tenha vazado. Nota a “CartaCapital”: “Em um dos posts, inclusive com imagens tiradas do site nunca publicado do empresário, a turma de espiões trapalhões confessa o crime. ‘Está no forno o novo site do magnata’, avisa o Goiás 24 Horas, para em seguida avisar: ‘O site vai entrar no ar com o endereço www.josebatistajunior.com.br’, afirma ao se referir a um domínio de internet inativo. Tanto que, ao clicar no endereço, o internauta recebe o seguinte aviso: ‘Blog do José Batista Júnior — em manutenção’”.
Há possibilidade de espionagem? Sempre há. Mas vale transcrever a explicação do site Goiás 24 Horas. O site, editado pelo jornalista e escritor Cristiano Silva, ironiza: “Nem o governo dos Estados Unidos conseguiria” hackear “um site que” ainda “não” está “no ar”.
Segundo o polêmico site, espécie de boca maldita de Goiás, “os geniais desenvolvedores contratados por Júnior Friboi fizeram testes com o site e, em vez de hospedar a página em um link com outro nome (para preservar o sigilo dos testes), resolveram também genialmente postar o material no próprio endereço que vai ser usado, identificado com o nome do rei da carne [José Batista Júnior, o Friboi, é irmão dos sócios da JBS Friboi e outras empresas]. Aí, dançaram. O 24 Horas descobriu imediatamente o site, mediante um recurso banal ao alcance de qualquer cidadão: uma pesquisa no Google”.
Afinal, são trapalhões os supostos espiões ou os técnicos-assessores de Friboi? Como Friboi não sabe se vai pedir uma investigação a respeito, fica-se com a impressão de que sua equipe falhou. Como não entende do assunto, pois é pouco afeito à internet e seus meandros, pode ter confiado na versão que lhe foi passada por aqueles que, quem sabe, cometeram o erro.
De qualquer maneira, é preciso mesmo fazer uma investigação ampla sobre arapongagem em Goiás. Entretanto, como a polícia local não se interessa pelo assunto, o Ministério Público Federal deveria investigá-la, com o apoio da Polícia Federal. A arapongagem em Goiás é um caso muito sério… como, de resto, em todo o país.
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