quinta-feira , 25 abril 2024
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Relator da CPI dos Incentivos Fiscais diz que Caoa recebeu R$ 160 milhões de crédito-moeda sem contrapartida

O relator da CPI dos Incentivos Fiscais, deputado Humberto Aidar (MDB), criticou o valor excessivo de incentivos fiscais que empresa Caoa Hyundai recebeu do Estado e comentou no Jornal Opção a decisão da montadora em permanecer no Estado.

“Muito tem se falado sobre indústrias que vão embora. A Caoa anunciou que não vai. Mas é claro que não”, disse Aidar. Em seguida, Aidar a: “Vou mostrar aqui, e prestem atenção na mordomia dessa ‘dona’ Caoa”. E enumerou: “Ela [Caoa] ganhou aquele crédito moeda de R$ 42 milhões em 29 de maio de 2006. Crédito este que estamos apresentando um projeto de lei para acabar com ele. Não há contrapartida, ou seja, o Estado literalmente dá para que façam o que quiser”.

Posteriormente, ele disse que, em 2007, o valor foi alterado para R$ 72 milhões. “E o que a Caoa fez? Vendeu o que ganhou e negociou com a Celg [Estatal, à época, responsável pela distribuição de energia]. Depois, a partir de uma lei aprovada aqui na Assembleia, esse crédito moeda foi para R$ 90 milhões. Mais tarde ele atingiu a cifra astronômica de R$ 160 milhões”.

Mas não para por ai. Segundo Aidar, a empresa também recebeu financiamento via o programa Produzir superior aos R$ 1,2 bilhão. De créditos outorgados foram, segundo ele, R$ 2,9 bilhões. Ao passo em que o montante de ICMS pago ao Estado foi de “míseros” 0,24%.

“Eles pagaram ao Estado R$ 121 milhões. O que é muito inferior ao crédito moeda que recebeu de graça. Não venha com essa conversa de que a Assembleia está jogando duro, é dinheiro que foi dado de graça. É por isso que eles estão a nos atacar”, completou.

Por fim, o parlamentar lembrou que os pequenos, micros e médios empregadores “que são os que mais geram emprego e renda para a população goiana”, não contam com absolutamente  nada de incentivo. “Nós representamos o povo e não podemos aqui aprovar leis só para os grandes. Temos que acudir os pequenos que são os maiores empregadores. Vamos reverter essa lógica”, disse.