Na primeira sessão da 17º Legislatura da Câmara Municipal de Goiânia, o que era para ser uma festa dos vereadores tornou-se campo de batalha para os profissionais de Saúde. Eles reivindicam isonomia de direitos e aprovação de carga horária de 20 horas semanais para enfermeiros.

Nos corredores, muitos agravos ao prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), considerado autoritário pelos presentes. “É uma grata surpresa para nós suas atitudes com o setor de saúde. Ele duplica o número de secretarias e para nós, sangra até a última gota”, disse Maria de Paula Nunes, uma das manifestantes presentes na Câmara Municipal de Goiânia.
O Sindicato dos Enfermeiros (Sieg), o Sindsaúde e outras entidades sindicais tomaram a plateia do plenário e dificultaram os trabalhos da casa. “Valorize a saúde, vote com os trabalhadores”, diziam as faixas espalhadas pela casa de leis. Por falta de quórum, a matéria não foi votada.
O projeto de lei foi vetado pelo prefeito, que alegou impacto administrativo e financeiro excessivo ao Poder Executivo. Os vereadores, no entanto, podem derrubar o veto do prefeito. Não é incomum, no processo legislativo, os vereadores enfrentarem o chefe do Executivo e sancionarem a lei.
DIFICULDADES
Os últimos dias não foram fáceis para o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), principalmente por conta das pressões que tem sofrido. Não bastasse a epidemia de dengue e as denúncias de corrupção na Agência Municipal de Meio Ambiente, com a prisão de aliados, inclusive, o prefeito agora tem que enfrentar a oposição dos servidores de saúde – segmento que, em tese, ele deveria representar, já que é médico.
As dificuldades do prefeito não param aqui. Os próprios vereadores do PT indicam apoiar os profissionais de saúde. O vereador Djalma Araújo (PT), um dos mais ativos na casa, disse que ele e a bancada petista votarão pela derrubada do veto.
Os trabalhos foram retomados na Casa sem a presença de Paulo Garcia, que enviou o vice prefeito Agenor Mariano (PMDB) como seu representante. O político entregou ao presidente da Casa, Clécio Alves (PMDB), um Relatório Circunstanciado das atividades executadas pela Prefeitura em 2012.