Em reportagem no jornal O Hoje, Jayme Rincón diz que Marconi Perillo, ao afirmar que candidatura é quase impossível, abre espaços para novos nomes para a sucessão estadual e deixa no ar alerta para a base aliada preparar alternativa.
Veja:
Marconi abre espaço para novos nomes
Ao afirmar que que candidatura é quase impossível, governador deixa no ar alerta para base para preparar alternativa
Flávia Guerra
Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Fábio Sousa (PSDB) disse nesta semana que teme que a declaração do governador Marconi Perillo sobre uma possível desistência do projeto de reeleição provoque uma corrida de “oportunistas” ao posto de escolhido do partido para o ano que vem. “Temos que tomar cuidado para que aproveitadores não queiram se utilizar disso para tentar crescer ou ganhar espaço nesse sentido”, falou.
Com a desistência do tucano, o partido se veria às voltas com situação semelhante ao que viveu no ano passado, quando não conseguiu apresentar um nome que aglutinasse votos suficientes e apoio da base aliada para a corrida pela Prefeitura de Goiânia. Ponderado, o presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus, embora não acredite na possibilidade de Marconi não disputar, diz que a legenda tem bons nomes e, certamente, saberá encontrar alguém, caso o projeto de reeleição não decole.
A declaração do governador foi dada no Palácio das Esmeraldas durante o anúncio de incentivos estaduais para parques tecnológicos e apresentação do Parque Tecnológico de Anápolis. Na ocasião, Marconi repercutia os números da pesquisa Serpes, divulgada no fim de semana. Embora a maioria dos aliados insista na ideia de que o debate eleitoral deva deixado para o ano que vem, a declaração do líder tucano pode ter acendido o sinal amarelo no grupo.
Escudeiro fiel de Marconi, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, vê a declaração do governador como um aviso aos aliados, para que comecem a pensar na possibilidade de um outro representante. “Ele pode estar preparando o caminho, meio que dizendo para se prepararem”, afirmou o auxiliar. O governador estaria apresentando reflexos de cansaço, demonstrados, inclusive, em eventos familiares. “Mas ele é político por natureza, adora um desafio”, pondera Rincón.
Lista aberta
Dentro do PSDB, apenas o nome do secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, apareceu na lista de possibilidades apresentada pela última pesquisa Serpes. Com baixa intenção de votos, no entanto, Vecci estaria longe de angariar popularidade suficiente para uma vitória. Nos bastidores, porém, fala-se que Marconi estaria procurando um nome, fora de seu grupo político, para assumir o posto do “novo”, perfil apontado como o preferido entre os eleitores.
O nome do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Henrique Tibúrcio, teria sido elencado como provável novidade na disputa, a exemplo do que ocorreu com o próprio Marconi, em 1998. O presidente da OAB teria sido sondado por outras legendas, mas já afirmou que não encararia a corrida ao Palácio das Esmeraldas. De outro lado, Tibúrcio é visto como forte candidato à Câmara federal. Ele ainda não se filiou a nenhum partido.
Recém-chegado ao PP, o vice-governador José Eliton também tem sido apontado como uma carta na manga da base aliada. A confirmação de sua chegada à presidência do partido em Goiás aumentou os rumores de uma preparação para a corrida eleitoral. Braço direito do governador, Eliton não tem medido esforços para percorrer o interior e divulgar suas ações enquanto vice-governador e nos momentos em que assumiu o comando do Estado. Seriam esses, dizem, sinais de um projeto político mais arrojado.
Apesar dos rumores, o presidente do PSBD em Goiás, Paulo de Jesus, afirma que o partido sequer pensa na possibilidade da desistência de Marconi. “Não existe plano B”, insiste. Segundo ele, contrariando o temor do deputado Fábio Sousa, não há movimentação interna de pessoas que possam almejar ocupar o posto do governador nas urnas. Apesar de reconhecer que Marconi tem falado a respeito, Paulo acredita que seja reflexos de um cansaço momentâneo e da satisfação do que já foi realizado em prol de Goiás. “O governador vai agir em prol de um interesse coletivo, de um grupo ao qual ele lidera, e não motivado por um interesse pessoal”, frisa.