Veja texto do jornalista Helton Lenine sobre a sucessão de 2014 dentro da base aliada:
Sem Marconi, base aliada não tem nome natural para 2014
Diante da possibilidade de o governador Marconi Perillo recuar do projeto de concorrer à reeleição, base aliada não dispõe de nome natural para disputa direta com oposição ao Palácio das Esmeraldas; são lembrados o vice-governador José Eliton, empresário
Diário da Manhã
Helton Lenine
A surpreendente declaração feita pelo governador Marconi Perillo (PSDB), semana passada, de que poderá não disputar a reeleição em 2014, provocou apreensão nos 14 partidos que integram a base aliada em Goiás. Afinal, todas as fichas são direcionadas para um único nome, na corrida ao Palácio das Esmeraldas, no pleito do ano que vem: o próprio governador.
Efetivamente, não há um nome natural, na base aliada, para substituir o governador Marconi Perillo. Os nomes lembrados são: vice-governador José Eliton (PP), Otávio Lage Siqueira Filho (PSDB), Giuseppe Vecci (PSDB) e Helder Valin (PSDB).
Marconi Perillo, em conversa com os coordenadores políticos de seu governo e com os dirigentes dos partidos que dão sustentação à administração, fixou, como foco principal, dar prosseguimento ao cumprimento das metas de governo, com a inauguração das obras programas para o restante de sua gestão, neste um ano e meio.
Ao admitir que poderá estar fora das eleições de 2014, como candidato a novo mandato de governador, Marconi Perillo arrefece os ânimos da pré-campanha e concentra esforços na execução das obras programadas, principalmente de infraestrutura – pavimentação de rodovias, construção de escolas, hospitais, etc.
Os senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores, dirigentes partidários e secretários que integram a base aliada não arriscam a apontar nomes que possam ser substituir o governador Marconi Perillo nesta empreitada de enfrentar a oposição na disputa pelo governo estadual. Por um simples motivo, a base já tem nome: Marconi.
O deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, Fábio Sousa (PSDB) diz que, separadas as dificuldades dos dois primeiros anos – crises financeira e política –, o governo Marconi começa a recuperar sua imagem junto ao eleitorado goiano, com a implementação do programa de obras. “Marconi é a opção da base governista. Não se discute outra alternativa”, ressalta o parlamentar.
O deputado federal licenciado, presidente estadual do PSD e secretário-chefe do Gabinete Civil, Vilmar Rocha, não tem dúvidas de que Marconi disputará a reeleição em 2014. “O governador vem resgatando os compromissos firmados na campanha de 2010 e se prepara, sem dúvida alguma, para enfrentar, novamente, as urnas, como candidato à reeleição.”
O presidente do PSDB goiano, Paulo de Jesus, diz entender a posição do governador de deixar para o “momento apropriado”, ou seja, junho do ano que vem, a definição sobre candidaturas a cargos majoritários e proporcionais às eleições do ano que vem. Mas reconhece, a melhor opção da base aliada é Marconi Perillo, na disputa direta com a oposição pela sucessão estadual. “Marconi inovou a prática política e realiza um governo moderno e empreendedor.”
Não há nenhum presidente de partido, da base aliada, que arrisca apontar um nome que possa enfrentar a disputa pelo governo estadual, no lugar de Marconi Perillo. São 14 os partidos que querem o nome de Marconi na urna eletrônica, ano que vem: PSDB; PSD; PP; PTB; PTC; PHS; PT do B; PSDC; PPS; PMN; PV; PRB; PR e PSL.
A estratégia dos governistas é a de esperar o governador prosseguir com o trabalho administrativo, com a entrega das obras prometidas à população e, em janeiro, realizar um encontro político em Goiânia, que será marcado pelo chamamento definitivo de Marconi Perillo como candidato à reeleição nas eleições de 2014.
OPÇÕES DA BASE
Numa eventual ausência do nome de Marconi Perillo na urna eletrônica em 2014 como candidato a governador, a base dispõe, efetivamente, de poucas alternativas consideradas viáveis e competitivas, do ponto de vista eleitoral, segundo parlamentares, dirigentes, prefeitos, vereadores e secretários do governo estadual.
A primeira alternativa é o vice-governador José Eliton Júnior, que trocou o DEM pelo PP. Desde que tomou posse, em janeiro de 2011, José Eliton aproximou-se de Marconi Perillo e hoje mantém estreita relação política com o governador. O primeiro teste desta afinidade foi a missão entregue a José Eliton: a de presidir a Celg, no primeiro ano da administração. Com as frequentes viagens de Marconi ao exterior, José Eliton assume, interinamente, o governo do Estado e cumpre, sem traumas, a agência administrativa deixada pelo tucano.
José Eliton transita com facilidade junto aos dirigentes dos partidos que integram a base aliada – a única exceção é o PSD de Vilmar Rocha. Eliton, que inicia a carreira política, é apontado como um quadro de renovação partidária. O projeto inicial de José Eliton é permanecer como candidato a vice-governador.
O empresário e ex-prefeito de Goianésia, Otávio Lage de Siqueira Filho – seu pai, do mesmo nome, foi governador eleito de Goiás – é lembrado como opção do PSDB, caso Marconi não venha a concorrer à sucessão estadual.
Empreendedor e gestor eficiente na iniciativa privada e pública, Otávio Lage Filho tem respaldo do empresariado e dos prefeitos da base aliada, em todos os partidos. Sua intenção é a de disputar mandato à Câmara Federal. O atual prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), é irmão de Otávio Filho.
O economista Giuseppe Vecci, titular da Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento e que acompanha Marconi Perillo desde a primeira gestão, em 1999, é a opção técnico-administrativa do PSDB e aliados para uma eventual candidatura ao governo do Estado. Sofreu desgastes, no início do ano, ao rebater críticas de políticos, mas goza de confiança do governador. Sua meta é a de concorrer, pela primeira vez, a um cargo eletivo, à Câmara Federal.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Helder Valin (PSDB), também é considerado uma alternativa da base aliada para concorrer ao Palácio das Esmeraldas. Ele tem bom trânsito e diálogo com os parlamentares federais e estaduais e com prefeitos da base aliada. É tido como conciliador e político habilidoso. Atual, inclusive, como coordenador político quando é convocado pelo Palácio das Esmeraldas para debelar algum incêndio na base governista.
O empresário e prefeito de Trindade, Jânio Darrot, também começa a ser citado como opção para a corrida sucessória estadual. Ele foi deputado estadual e secretário estadual da Região Metropolitana da Capital. Também transita com facilidade em todos os segmentos políticos, partidários e empresariais.
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