Em artigo direto e objetivo na página de opinião de O Popular, o secretário da Fazenda, Simão Cirineu, conta como são as coisas, de verdade, na questão do endividamento do Estado e recoloca os números no lugar.
Para a oposição, o que o governador Marconi Perillo vinha fazendo na área financeira seria um grande aumento da dívida estadual, a um custo que seria carregado pelos próximos governadores.
Nada disso, esclarece Simão, com a sua autoridade de especialista em finanças públicas, com passagem pelo Banco Central e por vários Estados brasileiros, inclusive Minas Gerais. A realidade é outra – e incômoda para o PMDB, que mandou no Estado até 1998 e é responsável por praticamente toda a dívida existente hoje.
Primeira revelação do secretário da Fazenda: a relação dívida/receita estadual está caindo. Era de 3,52 em 1997, penúltimo ano das administrações peemedebistas, e hoje é de apenas 0,94.
Segundo, o endividamento está diminuindo, em si. No período do atual Governo, o Estado tem autorização da Secretaria do Tesouro para contratar empréstimos de R$ 7,7 bilhões, mas, nos mesmos quatro anos, estará pagando R$ 10,3 bilhões de empréstimos, a maioria contratada durante as gestões do PMDB.
Até agora, o Governo Marconi Perillo já recebeu o aporte de R$ 3,6 bilhões em empréstimos, mas aplicou R$ 5,8 bilhões (58% desse total) no refinanciamento de compromissos – de novo a maioria assumidos pelos Governos peemedebistas.
Apenas R$ 1,05 bilhão ficou retido nos cofres dos Estados, sendo parte, inclusive, revertida para os 246 municípios – já que se tratava de cobertura para o pagamento de ICMS atrasado (Celg).
Outros R$ 1,8 bilhão está sendo contratado, mas com a finalidade específica de trocar a dívida junto à União (dívida, de novo, do PMDB), que possui um serviço caro e elevado, agora a ser substituídos por encargos menores.
Em resumo, segundo Simão Cirineu, a maior parte dos empréstimos contraídos pelo Governo Marconi são… para pagar dívidas dos Governos do PMDB ou para reduzir os encargos pesados que Goiás aceitou sobre essas dívidas.