Em sua prestigiada e bem informada coluna Imprensa, neste domingo, no Jornal Opção, o editor-chefe Euler Belém revela que a jornalista Cileide Alves, atualmente chefe da redação de O Popular, pode ser demitida.
Veja a nota:
Cileide Alves pode ser a próxima vítima da renovação de O Popular
A editora-chefe do “Pop”, Cileide Alves, recebeu a informação de que “está prestigiada”. Não é bem assim.
Uma das funções de um chefe é motivar a redação, agregar os melhores profissionais. Com Cileide Alves, segundo jornalistas do “Pop”, ocorre justamente o oposto: ela parece não apreciar pessoas inteligentes e criativas ao seu lado. Quando mais medíocre o jornalista mais prestigiado será pela editora-chefe.
Na gestão de Cileide Alves, tida como “desagregadora” e “nervosa”, saíram alguns dos melhores repórteres do “Pop”. Uma lista mínima: Vinicius Sassine, Almiro Marcos, Marília Assunção, Carlos Eduardo Reche, Rodrigo Hirose e Deire Assis. Juntos, os seis representam uma verdadeira redação. Nas conversas internas, ela diz para os colegas que o problema é salarial. Tem razão em parte, pois o “Pop” paga mal aos seus profissionais e a editora praticamente não tem margem de negociação. Mas pelo menos três dos que saíram disseram ao Jornal Opção que não eram valorizados e sentiram que a editora apostava em profissionais menos qualificados, mas submissos, quase capachos. Um deles, ao explicitar sua contrariedade, ao saber que um jornalista menos competente e inexperiente havia sido indicado para o cargo de editor, reclamou, mas não foi ouvido. Decidiu sair e, então, recebeu da editora a pecha de “traidor”. Uma jornalista, ligada ao grupo da editora, teria acrescentado um recado: “As portas estão fechadas para você, em caráter definitivo”.
O novo projeto do jornal prevê um diretor de conteúdo, semelhante ao do “Estadão”. Ao assumir, o diretor de conteúdo costuma fazer mudanças estruturais. A primeira delas é trocar o editor. Se for assim, Cileide Alves está com a cabeça a prêmio. O fato é que a cúpula do Grupo Jaime Câmara não está satisfeita com o jornal — que é líder no mercado devido não à qualidade, e sim à estrutura. Hoje, o “Pop” chega velho às bancas, com notícias factuais que foram mastigadas durante o dia por outros jornais e sites na internet, pelas televisões e pelas rádios. O mundo mudou, a internet ampliou a estrutura dos demais veículos, mas fica-se com a impressão de que o “Pop” não está percebendo. Seu jornalismo é pré-internet.
Detalhe: o “Estadão” e Carlos Alberto di Franco, intelectual ligado à Opus Dei, são as principais inspirações do grupo que dirige o “Pop”. Os editores do jornal são obrigados a fazer um curso ministrado pela Universidade de Navarra. O curso é dirigido por acadêmicos que se relacionam com a Opus Dei.