quarta-feira , 27 novembro 2024
Goiás

Contra Dilma, Paulo Garcia e Maguito, médicos goianos vão parar amanhã e quarta-feira

Veja matéria do Diário da Manhã sobre nova paralisação de médicos em Goiânia:

Médicos vão parar de novo

Categoria irá parar amanhã e quarta-feira. Paralisação será geral e afetará pacientes de planos de saúde. Somente irão funcionar emergências e urgências

 

Diário da Manhã

Marcelo Tavares

Os médicos voltam a cruzar os braços amanhã e quarta-feira e vão ampliar o movimento que luta contra as medidas tomadas pelo governo federal, como os vetos ao Ato Médico e a criação do Programa Mais Médicos. Dessa vez, além do não atendimento aos pacientes que tiverem consultas ou procedimentos eletivos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também não haverá atendimento aos pacientes de planos de saúde. “Será ampliado o tempo da manifestação – serão dois dias de paralisação – e também no número de pacientes que não vão ser atendidos, já que não vamos atender os pacientes do setor privado”, explica o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremego), Salomão Rodrigues Filho. Mais uma vez o atendimento só será feito nas urgências e emergências de hospitais e centros de saúde.

“Estamos numa crescente, em um embate com o governo e queremos que o governo reveja os vetos ao Ato Médico e à medida provisória que criou o Mais Médicos. Vamos numa crescente nesse embate contra o governo”, explica o presidente da Associação do Médicos em Goiás (AMG), Rui Gilberto. A estimativa das entidades médicas é que somente 2 mil dos 7 mil profissionais do Estado façam os atendimentos nas urgências e emergências. A manifestação que ocorre em Goiás acompanha outras organizadas para acontecer em todo País.

Em Goiás, além da paralisação por dois dias, coordenada pelo Comitê das Entidades Médicas (Cemeg), formado pela Associação Médica de Goiás (AMG), Conselho Regional de Medicina no Estado de Goiás (Cremego) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), haverá atos públicos para chamar a atenção das autoridades sobre as reivindicações dos médicos.

Amanhã está previsto que os médicos, residentes e acadêmicos façam uma passeata que sairá às 9 horas da porta do Cremego (Rua T-27, no Setor Bueno) em direção à sede regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que fica na Rua 82, esquina com a 83, Setor Sul. Prédio que fica localizado na Praça Cívica, quase em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Na quarta-feira, 31, às 15 horas, os médicos farão um ato público no Paço Municipal. “É o responsável pela assistência no município de Goiânia e de alguma forma representa o governo federal”, explica o presidente do Cremego.

Os médicos reclamam muito de não terem sido ouvidos para que as medidas atuais as quais eles lutam contra entrassem em vigor. “Protestamos contra o autoritarismo do governo por não nos consultar. Se o objetivo é reforçar o SUS, o nosso também é, mas precisamos ser ouvidos. Temos boas propostas para a saúde”, sublinha Rui Gilberto. “Esta crise na saúde está instalada há muito tempo e o governo, com habilidade, está tentando transferir a responsabilidade aos médicos e isso não é verdadeiro. O governo é que tem a responsabilidade de investir pouco na saúde”, explica Salomão.

De acordo com o presidente do Cremego, em 2012, o orçamento do SUS era de R$ 93 bilhões, o que ele considera um valor pequeno para um País que tem 180 milhões de habitantes. Não bastasse o orçamento pequeno, conforme Salomão Rodrigues, o governo federal não gastou R$ 17 bilhões do que estava previsto no orçamento e devolveu ao Tesouro. “Ou seja, o governo faz economia em uma área que não pode. Foram gastos, realmente com a saúde pública, somente R$ 76 bilhões”.

As manifestações dos profissionais, segundo os dirigentes médicos, já têm alguns efeitos e eles esperam mudanças a partir de agosto. “Estamos mobilizando e trabalhando junto com parlamentares (no Congresso) no sentido de derrubar os vetos do Ato Médico no dia 20 agosto”, explica Rui Gilberto. Com relação ao Mais Médicos, a categoria diz que o embate com o governo vai acontecer de forma que os conselhos regionais não façam o registro dos médicos que virem do exterior.

“Os conselhos podem fazer isso (não registrar os médicos), mas não vai fazer de forma arbitrária. Quem vir do exterior e não revalidar o diploma, nós vamos entrar na Justiça para que ele não seja registrado. Agora os médicos que fizerem o revalida, e aprovados, serão bem-vindos. O Revalida é o atestado de que o cidadão está capacitado e qualificado para prestar assistência médica”, pontuou o presidente do Cremego, adiantando que o CFM já entrou com ação no Supremo Tribunal Federal. “O médico tem trabalhado para melhorar o SUS, mas o governo demonstra com as recentes medidas que para atender no SUS pode ser qualquer pessoa”, ressalta Salomão. Ao lado, o Diário da Manhã publica um carta das entidades médicas direcionada à população.

18 mil inscritos no Mais Médicos não é contraditório

Em um momento que as categorias médicas saem às ruas para protestar contra as medidas do governo federal, este já divulgou que o Programa Mais Médico já teve a procura de mais de 18 mil profissionais. Para o presidente do Cremego, Salomão Rodrigues, essa realidade não é contraditória, mas sim sinaliza que os médicos aceitam ir para interior, mas ele ressalta que só isso não resolve. “É preciso que, junto à interiorização do médico, se interiorize também a infraestrutura, as condições para que o médico desenvolva seu trabalho”, ponderou o presidente.

Embora o discurso do presidente do Cremego mostre uma disposição dos médicos em irem para o interior, há profissionais que não compartilham dessa ideia e ressalta que o número alto de inscritos é para ‘blefar’ com o programa. “Grande parte dos médicos só se inscreveu no sentido de, na hora de serem chamados, blefar. É uma posição política da categoria: ‘se inscrevem, mas hora não aparecem”. Nos somos radicalmente contra a presidenta. Ela bateu de frente conosco e nós agora estamos batendo de frente contra ela”, relatou um médico à reportagem, que pediu para não ser identificado.

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