O “protesto” contra o governador Marconi Perillo, que não foi um protesto mas uma sequência de atos de banditismo e vandalismo, simboliza bem o momento político que Goiás está vivendo.
Uma parcela da classe política e um pequeno número de organizações pretensamente sociais perdeu a noção do que é convivência democrática e resolveu partir para a agressão pura e simples – ou, como no caso desta terça-feira, para a prática de crimes pura e simplesmente.
Nas redes sociais, o que se vê em Goiás é uma exacerbação jamais registrada antes. Jornalistas, parlamentares, uma ex-primeira dama, muitos manifestam-se de forma radical, usando linguagem pesada e sem o mínimo de respeito democrático. Um “jornalista” chegou a escrever que o rapaz que levantou o livro Ouro Negro no encontro do PMDB em Catalão “deveria ter sido sangrado”.
Isso por escrito, em sua conta no Twitter, que é pública.
A ex-primeira dama a que se refere esta nota todo mundo sabe quem é: a deputada dona Iris Araújo, do PMDB, que também não se envergonha de destilar ódio e preconceito no seu Twitter (dona Iris, aquela que nas gravações telefônicas do caso Caixego, aparece conversando com um amigo e diz que vai cavar uma cova bem funda para enterrar o governador Marconi Perillo).
Um deputado estadual, Mauro Rubem, do PT, sem vergonha nenhuma na cara, também vai para o Twitter e afirma que o “protesto” desta terça-feira foi pacífico e que a culpa pelo que aconteceu é da polícia.
Onde vamos parar?
As pessoas estão desaprendendo a dialogar, a se relacionar, a debater. As ideias estão ficando de lado, dando lugar à violência verbal.
Quando o radicalismo e o sectarismo tomam conta, quando a intransigência, a intolerância e a agressividade são a tônica do comportamento de segmentos da sociedade, vamos todos muito mal.