(na foto acima: vereador Tayrone, acusado de mudar o voto na madrugada de hoje, bancou a manutenção do veto a pedido do prefeito Paulo Garcia)
Com voto de desempate do presidente Clécio Alves (PMDB), a Câmara Municipal de Goiânia aprovou a manutenção do veto a projeto de lei que garantiria isonomia na carga horária para os servidores da Saúde na Capital. A sessão foi tensa e marcada, assim como ontem, por grande presença de sindicalistas nas galerias do plenário. As entidades ameaçam paralisação.
A apreciação do veto ocorreu um dia depois de ser colocada em pauta, e para a oposição foi graças ao adiamento que prefeitura sagrou-se vitoriosa. Geovani Antônio (PSDB) disse que a derrubada do veto só não ocorreu porque, de um dia para o outro, o vereador Tayrone di Martino (PT) mudou de posição. Sob vaias, Tayrone defendeu-se dizendo que votou “pensando apenas no bem da população”.
A vereadora Dra. Cristina acusou o poder Executivo de promover uma “manobra” para deixar o Legislativo “de joelhos”. “É mais do que hora de vocês exercerem o poder que têm”, disse aos servidores que protestavam. Aos agentes políticos da prefeitura ela deixou também uma mensagem: “parem de olhar para os seus próprios umbigos. Isso aqui não é picadeiro”
O vereador Pedro Azulinho (PSB) criticou colegas que, de uma noite para outra, decidiram votar a favor da manutenção do veto – o que mudou o placar da votação. “Quero que os vereadores tenham posição. Não precisam ser a favor ou contra nada, mas ter coerência. Estou triste com a Câmara”.
POLÊMICA
O projeto de lei que foi integralmente vetado tratava das funções, exigências e carga horária de profissionais da saúde e educação. A sua redação original determinava a carga máxima de 20 horas semanais apenas para médicos e especialistas em saúde com formação em odontologia e medicina veterinaria. Na Câmara, o texto recebeu uma emenda do vereador Geovani Antônio, relator do PL, que estendeu a esta mesma carga aos farmacêuticos.
Para vereadores aliados ao Paço, a emenda obrigaria a Prefeitura a investir cerca de 30% do orçamento para dobrar o número de servidores da saúde e oferecer os mesmos serviços feitos hoje.