Graças a uma articulação do vereador recém-eleito Tayrone di Martino (PT), a eleição dos 30 novos conselheiros tutelares de Goiânia deve ser realizada com pelo menos um ano de atraso, contrariando a legislação vigente.
Usando da sua influência na prefeitura, Tayrone convenceu o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente a prorrogar o mandato dos conselheiros tutelares até dezembro.
O vereador é esperto: percebeu que pode lucrar muito com essa verdadeira mina de votos que são os conselhos tutelares. Para faturar politicamente, Tayrone mostrou que topa até atropelar a lei.
As eleições deveriam ter ocorrido em outubro do ano passado, três meses antes do final do mandato de 20 conselheiros da Capital – outros dez seguem na gestão até maio.
Estão com os mandatos vencidos os conselheiros que atuam nas regiões Leste, Oeste, Centro-Sul e Norte. Apenas dois conselhos – Campinas e Noroeste – permanecem regulares.
O prefeito Paulo Garcia (PT), que sempre tem desculpa para tudo, diz que o processo de escolha não ocorreu em outubro por conta das eleições municipais.
O juiz Fernando César Salgado, do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia, mandou o município realizar eleições, mas a decisão não foi cumprida. No lugar disso, Paulo Garcia correu e enviou projeto à Câmara estendendo o mandato.
A ideia inicial do Paço era realizar a eleição em maio, mas o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, sob ordens do vereador Tayrone, estendeu a farra da prorrogação até dezembro.
É golpe em cima de golpe. Incrível.