Leia o editorial da Rádio 730:
Aliança entre PT e PMDB acabou, pois a oposição prefere perder para Marconi que ganhar com adversário interno
Última atualização em Terça, 06/08/2013 13:23h
A aliança entre PMDB e PT está ruindo em Brasília e está ruim em Goiás. Felizmente para a oposição, ainda se mantêm intactas a confiança e a amizade entre o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende e o atual, Paulo Garcia. São os únicos setores dos dois partidos ainda inteiros. No mais, é cada qual para seu lado. Enquanto PMDB rosna com PT e os petistas ladram com o PMDB, Marconi Perillo gargalha. Realmente, há causas para o governador sorrir. Era dado como morto no início de 2012 e em 2013 tomou a pá do coveiro. Contra um adversário tão forte, caberia à oposição se unir. Está ocorrendo exatamente o contrário.
Integrantes de PT e PMDB falam mais mal uns dos outros que de Marconi. Na Via Alternativa, liderada por Vanderlan Cardoso e Ronaldo Caiado, o fenômeno se repete e há mais críticas aos traidores internos que ao governador. O bom da conversa é que todos têm razão. Vanderlan está certo em querer expurgar do PSB os vendilhões que ajudam Júnior Friboi. Caiado está correto ao enquadrar o DEM, ainda que a maioria dos democratas seja marconista. O PT dispõe de motivos para querer lançar o próprio candidato na cabeça da chapa. E o PMDB tem a primazia de contar com o melhor de todos os quadros, Iris Rezende.
A mulher e xará de Iris, a deputada federal Íris Araújo, trouxe à luz uma constatação há muito repetida nos bastidores, a de que o marido perdeu a eleição de 2010 por falta de empenho do PT, sobretudo o de Anápolis. É impossível desmentir a deputada Íris, que é escudada nos resultados do Tribunal Regional Eleitoral. Em Anápolis, o prefeito Antônio Gomide é tão popular que foi reeleito com quase 90% dos votos. Seu irmão Rubens Otoni obtém ali seguidos mandados de deputado federal. E em 2010, quando Iris precisou, os irmãos não conseguiram acudi-lo. Se os irmãos Gomide tivessem se esforçado por Iris, seria impossível tomar a surra histórica que levou de Marconi, com 82 mil votos de frente. A diferença foi tão cavalar que se tivesse sido de Iris sobre Marconi o governador poderia ser outro.
Enquanto a oposição se rasga com as próprias unhas, Marconi investe em obras em Anápolis e Goiânia. É preferível não desdenhar do governador, revelando que a maior parte do dinheiro é federal, pois aqui estão todos quebrados, Estado e prefeituras, que dependem 100% dos recursos obtidos em Brasília.
Na disputa, os irmãos Gomide têm razão. O PT está em seu direito de querer lançar candidato. O PMDB também está certo. Vanderlan está certo. Caiado está certo. Estão todos corretíssimos. Aí aparece um chato com aquela perguntinha incômoda feita sempre às vésperas de surras homéricas: os senhores querem ter razão ou ganhar a eleição? Em 2010, eles preferiram ter razão.
Já é possível afirmar que a aliança entre PT e PMDB implodiu, acabou, não resta mais a menor confiança mútua. Há laços entre determinados personagens, não no geral. Se o candidato a governador for um dos Gomides, o PMDB não vai às ruas pedir voto. Qualquer que seja o nome do PMDB, o PT sai rachado. Iris une quase todos, menos o PT de Anápolis. Ainda há tempo de evitar o quarto mandato de Marconi. Mas parece que a oposição prefere perder para Marconi a ganhar com alguém que não seja da sua cozinha.
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