A propósito da comemoração dos 80 anos de aniversário da capital, em que pese, plasticamente, se tratar de uma boa composição artística, o selo que a Prefeitura de Goiânia está lançando para marcar suas peças publicitárias (sim, o prefeito Paulo Garcia critica o Governo do Estado por gastar com propaganda, mas ele investe e muito em divulgação) é confuso e difícil de entender.
Senão, vejamos.
Publicitários ouvidos pelo blog 24 Horas não conseguiram decodificar a mensagem que o artista (Siron Franco) passa na peça. Talvez a intenção tenha sido adotar traços do chamado primitivismo ingênuo, mas com elementos que fogem ao que se entende por lógica. Exemplos: os montículos, seriam cupins? ocas indígenas dos nossos ancestrais? seria o início de Goiânia, ainda sendo desbravada? e o cachorrinho vira-latas e o homem em silhueta, com alguma coisa nas costas – um macaquinho ?
Não pode ser uma mochila porque à época não se usava. Talvez o quadro possa estar tentando mostrar a vastidão das campinas que se estendiam da Praça Cívica até a Vila Nova, na época da fundação de Goiânia, mas não se vê aí a faixa de matas e o volumoso córrego Botafogo.
E a composição do número 80 e da palavra Goiânia, de maneira desordenada, com tipologia assimétrica, será que seria um símbolo do caos urbano da Goiânia atual, (des)administrada por Paulo Garcia?
Por muito que se tente aprofundar, é difícil passar da periferia desse quadro tão rico de propostas semânticas, que distraem tanto que ninguém se lembrará de focar nos 80 anos de Goiânia.
Todas as peças publicitárias da Prefeitura de Goiânia terão, a partir de agora, de trazer este selo. Será que num vídeo de 30 segundos, por exemplo, o observador vai ter tempo de tirar os olhos do selo para acompanhar o anúncio?
Será que é coisa do mago Renato Monteiro, marqueteiro de Paulo Garcia?
Vai ver que é.