quarta-feira , 1 maio 2024
Goiânia

Lixo é assunto do prefeito, mas Comurg quer jogar culpa pela inércia no colo do Estado

A estratégia de fugir das críticas por meio de ataques ao governo do Estado é adotada com frequência pelo prefeito Paulo Garcia (PT). No sábado, por exemplo, ele desviou-se das cobranças pela péssima situação dos Cais dizendo que os hospitais do governo – acredite – são piores.

Este é um comportamento que o dicionário define como diversionista.

Apesar de ser uma postura desonesta, Paulo acaba estimulando os seus servidores a agir da mesma maneira.

Silmey Porfírio, assessora jurídica da Comurg, é uma das alunas que se graduaram com louvor da escolinha do prefeito.

Como advogada, Silmey sabe que, por lei, o manejo, armazenamento e reciclagem do lixo é atribuição única e exclusiva do município. Na audiência pública sobre coletiva seletiva realizada segunda-feira na Câmara Municipal, ela reconheceu que a situação é delicada e que a coleta vai de mal a pior em Goiânia: apenas 7% do lixo é reciclado, o aterro sanitário está praticamente saturado, as cooperativas funcionam em condições insalubres a saúde de toda população está posta sob risco.

Por outro lado, Silmey teve a ousadia de dizer que o Estado tem culpa no cartório porque não ajuda.

Não é verdade. Há dois erros nesta premissa. O primeiro é que o Estado não tem obrigação de tomar parte deste problema.  A Constituição distribui tarefas entre os entes da Federação, e da mesma forma que cabe ao governo zelar pela Segurança Pública e ensino médio, por exemplo, cabe aos prefeitos dar destinação correta ao lixo que a população produz.

O segundo erro na premissa da advogada não é bem um erro, mas sim um ato de desonestidade com forte viés partidário.

O Estado ajuda, sim, na coleta seletiva de Goiânia. Prova disso são as consecutivas intervenções junto ao Ministério das Cidades para que a prefeitura não seja obrigada a devolver (R$ 1,185 milhão liberado em 2008) para construção de dois galpões de triagem. Esses galpões só não saíram do papel porque Iris Rezende e depois Paulo Garcia não se preocuparam em definir as áreas para execução dessas obras. Essas áreas, aliás, até hoje não foram escolhidas.

Silmey aprendeu bem com o prefeito Paulo Garcia a estratégia da distorção da realidade. Faltou com a verdade e prestou desserviço ao debate na audiência pública desta segunda-feira.

Nota zero para ela. E para o chefe dela.

 

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