Imagine a cena. É chocante.
Mulheres grávidas deixam a Maternidade Nascer Cidadão abraçadas aos maridos e dizendo que não querem passar por aquilo. Elas choram muito. Lá dentro uma mulher convalesce no banco de espera, enquanto a enfermeira corre para prestar os primeiros socorros. A gestante acaba de dar à luz na recepção da maternidade. A criança, que estribuchou no chão depois do nascimento, é levada para área médica às pressas.
O episódio aconteceu no dia 15 de junho deste ano. Foi gravado pelo telefone celular de João Paulo Araújo, representante comercial, e publicado nas redes sociais. Virou notícia no Jornal Anhanguera no dia seguinte. Expôs o atendimento miserável dispensado pelos profissionais da prefeitura de Goiânia às milhares de mães que dependem do atendimento médico no sistema público.
Depois do que aconteceu, não resta mais dúvida que a passagem de Paulo Garcia pela prefeitura é nada mais, nada menos que uma aberração.
Dois meses se passaram desde então. A sindicância, que o secretário da Saúde, Fernando Machado, prometeu instalar para averiguar a responsabilidade dos profissionais não concluiu nada. Talvez sequer tenha sido mesmo aberta.
Não importa. Fernando, Paulo Garcia…ninguém lembra mais disso. Têm o dom da memória seletiva.
Os dois se encontram na próxima segunda-feira, às 10 horas, para receber uma homenagem que a Câmara dos Deputados vai prestar à Maternidade Nascer Cidadão, palco daquele nascimento fortuito. Deboche ou não, o prêmio a ser ofertado à Maternidade é “prêmio Hospital Amigo da Mulher”.
Quem tem um amigo desses não precisa de inimigo, hein?
Piada. Só pode ser piada.