O Diário da Manhã desta segunda-feira mostra bem os interesses de Sandro Mabel (PMDB). Desde 2004, tramita no Congresso Nacional um projeto que visa fazer com que os grandes empresários do Brasil deixem de pagar 13º salário, férias e demais obrigações trabalhistas. Agora, escancarado, o projeto vai para votação final. É a tal da terceirização do trabalho-fim. No Brasil é proibido, mas Mabel quer liberar.
Quando se lê a lei proposta por Mabel, qualquer um acha que é pegadinha. É para proteger, mas nas entrelinhas para detonar.
Todo mundo começou a questionar o jeito com que Mabel mandou o projeto que libera a terceirização. De forma cabotina, Mabel escondeu em dois parágrafos (nem é a cabeça do artigo) a liberação da terceirização.
O advogado Alessandro Moura e Silva diz que sorrateiramente Sandro Mabel escondeu dentro da lei a bomba contra os demais trabalhadores. Ou seja, ele mandou um conjunto de artigos para “proteger” trabalhadores terceirizados e de quebra detonou com os demais.
“Todavia, de forma discreta e sem alarde, e sem ser objeto principal da proposta, ele libera a terceirização”, diz o advogado da reportagem.
Sandro Mabel foi proprietário das rosquinhas que levam seu nome. Tem sangue de empresário. E nunca negou sua origem: defender o segmento, que age muitas vezes em detrimento ao trabalhador.